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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1931

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

buscar a compreensão destas histórias e o estabelecimento

de suas próprias formas de relação com o mundo. Nesse

aspecto, é possível aproximar Arendt e Freire, posto que,

para o autor, o pensar certo baseia-se nos testemunhos e

posicionamentos do professor, pautados na coerência entre

o pensar e o agir.

Por outro lado, na concepção de Almeida (2011, p.

212), introduzir os novos no mundo é, em grande parte, in-

troduzi-los à memória da comunidade, mesmo que não haja

uma memória única e reconhecida por todos, mas apenas

fragmentos. O acesso a estes fragmentos permite aos alu-

nos perceber a riqueza inerente a eles, desvendando os sig-

nificados e as particularidades destas e de outras histórias,

que informam sobre o mundo em que estão se inserindo.

Educar para o pensar é, sobretudo, ‘colocar em rela-

ção’, para que cada um seja desafiado a buscar o sentido

das coisas e a descobrir sua singular ‘pertença ao mundo’

(

Ibidem

, 2011, p. 220). Trata-se, então, de uma relação não

entre anônimos, mas entre pessoas que revelam quem são

e o que pensam, partilhando percepções sobre os aconteci-

mentos e experiências, e sobre em que medida estes lhes di-

zem respeito. Mais do que conhecimentos, entram em cena

a busca de sentido e a pertença ao mundo, contemplando

uma formação ética e cidadã, bem como o exercício do agir

e do pensar.

De modo similar ao destaque freiriano para a comuni-

cação no processo de ensino e aprendizagem, especialmente

no que tange ao pensar certo, Arendt acentua a relevância da

comunicação das distintas formas de pensar para a educação,

pois o contato com o pensamento do professor e dos cole-

gas, em sala de aula, incita os educandos a pensar por conta

própria e a também expressar seus entendimentos.

Na

Pedagogia da Autonomia

, Freire (1996, p. 27-28)

argumenta que “faz parte de sua tarefa docente não apenas

os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo”. Para en-

sinar a pensar certo, o professor testemunha a capacidade

de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Na experiên-