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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1933

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

do estudo, podendo resultar no encantamento pela expe-

riência da aprendizagem e pela partilha de opiniões, abso-

lutamente imprescindível e perigosamente escasso nos dias

de hoje.

Contagiar os alunos pelo gosto por estudar exige, ain-

da, a habilidade dialogar e fomentar o diálogo em sala de

aula é fundamental ao professor que almeja ensinar a pen-

sar certo, uma vez que “não há inteligibilidade que não seja

também comunicação e intercomunicação e que não se fun-

de na dialogicidade” (FREIRE, 1996, p. 38). O autor relaciona

diálogo, amor, humildade, esperança e o que ele denomina

de pensar verdadeiro: um pensar crítico.

Outro aspecto digno de nota quando se analisa o en-

sino do pensar certo, proposto por Freire, é a relação com o

novo e com a tradição. O autor ratifica a constatação deba-

tida no decorrer desta tese, de que o professor é o mediador

entre os novos e o legado das gerações anteriores, uma vez

que, para ele, ensinar a pensar certo requer, por um lado,

o conhecimento e a valorização do velho que encarna uma

tradição e que marca presença no novo, e, por outro lado, a

aceitação do novo, na forma de um repensar e ressignificar

as aprendizagens.

Importa destacar a defesa freiriana da coerência entre

pensar e fazer: “[...] o pensar certo a ser ensinado concomi-

tantemente com o ensino dos conteúdos não é um pen-

sar formalmente anterior

ao

e desgarrado

do

fazer certo”

(FREIRE, 1996, p. 37). Assim, não se ensina a pensar certo

num ambiente licencioso, em que o educador é incapaz de

testemunhar o gosto pelo que faz e a responsabilidade, por

exemplo, por uma sala de aula organizada, por um espa-

ço marcado pela escuta e pelo respeito mútuo, por aulas

planejadas com consistência e expressando o domínio dos

conteúdos trabalhados.

O bom professor é o que consegue, enquanto fala,

trazer o aluno até a intimidade do

movimento

de

seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não

uma “cantiga de ninar”. Seus alunos

cansam

, não

dormem

. Cansam porque acompanham as idas e