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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1891

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

os cidadãos, mesmo economicamente vulneráveis, exercem

certo poder, que é capaz de influenciar em grandes deci-

sões. Dallari comenta:

O que a experiência tem comprovado é que mesmo

as pessoas mais pobres, sem nenhum poder eco-

nômico, político ou militar, com pequeno preparo

intelectual e exercendo as profissões mais humil-

des, podem conseguir um poder de pressão e são

ouvidas quando agem em grupo. (1984, p.46).

Nessa perspectiva, Florestan denunciava que, consi-

derando a alienação que está enraizada no pensamento da

população brasileira em geral, mudanças sociais e educacio-

nais são improváveis de acontecer, especialmente porque

os cidadãos não participam efetivamente das lutas que en-

volvem a transformação nestas áreas. Isto acontece porque

os cidadãos, que poderiam forjar um projeto de mudança,

não alimentam um espírito crítico e reflexivo para propor

mudanças e resistir às injustiças como a desigualdade de

oportunidades. Por conseguinte, a escola, que poderia ser

instrumento de transformação social, fica inerte diante dos

acontecimentos e anseios que a rodeia, mantendo-se um

círculo vicioso de dominação e submissão. Segundo ele,

O horizonte cultural dominante é demasiado estrei-

to para pôr em relevo a importância da educação

popular na ordem social democrática; mas, doutro

lado, não melhoramos a nossa capacidade de com-

preensão e de transformação da realidade educa-

cional brasileira, porque as escolas de que dispo-

mos são incapazes de alterar o horizonte cultural

dominante. (1966, p. 350).

Em contraponto à Educação Popular, Freire critica a

educação que não passa de mera transmissão de informa-

ções, que não concebe o aluno como sujeito pensante e ci-

dadão de decisões. Tal mecanismo não permite o

pensar

, e,

por conseguinte, inviabiliza o

agir

diferente, anulando a ca-

pacidade de participação do sujeito de forma efetiva. Nessa

situação, a educação utiliza de seu poder para aquietar e