1890
EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
deve promover o diálogo, a inquietude, a “desalienação”,
o olhar crítico e o encorajamento na busca por libertação.
Nesse viés, a missão da chamada “educação popular”,
[...] ontem como hoje, é procurar, por meio da com-
preensão crítica de como se dão os conflitos sociais,
ajudar o processo no qual a fraqueza dos oprimidos
se vai tornando força capaz de transformar a força
dos opressores em fraqueza. Esta é uma esperança
que nos move. (FREIRE, 1997, p.64).
De acordo com Freire (1987), a direção para o que ele
chama de libertação dos oprimidos, visando a efetivação de
transformações por meio da tomada de consciência dos in-
divíduos, está no diálogo e não no depósito de crenças de
liberdade, sem reflexão. Nesse sentido, esse deve se encon-
trar/reconhecer enquanto sujeito de sua própria história e
dizer sua palavra. Portanto,
O diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o
encontro em que se solidarizam o refletir e o agir
de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser trans-
formado e humanizado, não pode reduzir-se a um
ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem
tampouco tornar-se simples troca de ideias a se-
rem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 1987,
p. 45).
O caráter dialógico da prática educativa exige a valo-
rização do sujeito em sala de aula, considera suas experiên-
cias e vivências e, a partir destas peculiaridades, se delineia a
aprendizagem. Isso não quer dizer que o conhecimento se li-
mitava ao campo de experiência dos educandos, mas, a partir
do diálogo transcendiam-se as possibilidades, de forma con-
textualizada, integrada e crítica. Nesse cenário, Freire sempre
defendeu que a leitura de mundo precede a leitura da palavra
e a consciência em relação ao meio em que se vive é funda-
mental para se constituir sujeito de transformação.
Cabe destacar a importância da participação do sujei-
to, tanto na obra florestaniana quanto freireana. É relevan-
te considerar que individual e, em especial, coletivamente,