XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
que encontra em Freire uma acolhida significativa. Pela pers-
pectiva freireana, torna-se fundamental a valorização do sa-
ber popular para a construção do conhecimento científico. É
esse “saber de experiência feito” que se toma como o ponto
de partida da formação dos sujeitos, de modo que a forma-
ção científica é uma superação, jamais uma ruptura, como o
saber originário das experiências cotidianas
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.
Ao considerarmos a educação não formal como um
espaço de organização e atuação da sociedade civil, é possí-
vel nos aproximarmos do debate sobre participação política.
Gohn discute essa esfera educativa por meio da construção
da cultura política (GOHN, 2011), valorizando as práticas as-
sociativas e produtoras de capital social na linha teorizada
por Robert Putnan.
Dessa forma, os espaços de educação não formal são
pensados a partir de sua alta capacidade formativa, militan-
te e educacional. Em sua articulação possível com o sistema
forma de ensino, potencializariam as escolas e universidades
como locais públicos com qualidade social. Por isso, para
Gohn (2006, p. 30-31) esses espaços não formais poderiam
apresentar como resultados os seguintes processos:
• consciência e organização de como agir em gru-
pos coletivos;
• a construção e reconstrução de concepção(ões) de
mundo e sobre o mundo;
• contribuição para um sentimento de identidade
com uma dada comunidade;
• forma o indivíduo para a vida e suas adversidades
(e não apenas capacita-o para entrar no mercado
de trabalho);
• quando presente em programas com crianças ou
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Refleti sobre a noção de “saber de experiência feito” de Freire em diálogo
com a “sociologia da vida cotidiana” de José de Souza Martins no
XIX Fó-
rum de Estudos: Leituras de Paulo Freire
de 2017, na FURG em Rio Grande.
Com modificações, minha comunicação no Eixo de diálogo foi publicada
em dossiê (PEREIRA, 2017).