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1852

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Brandão nos convida a refletir sobre a tensão entre os sa-

beres e seus lugares de legitimação, ou seja, a escola, como

tempo e lugar da educação, é uma construção histórica que

faz parte de um processo de instauração do discurso cientí-

fico especializado que produz “verdade”, em detrimento do

saber popular, difuso e impreciso. Contudo, um exame mais

cuidadoso em termos antropológicos sinaliza que

não existiu primeiro um saber científico, tecnoló-

gico, artístico ou religioso “sábio e erudito” que,

levado a escravos, servos, camponeses e peque-

nos artesãos, tornou-se, empobrecido, um “saber

do povo”. Houve primeiro um saber de todos que,

separado e interdito, tornou-se “saber erudito”

(BRANDÃO, 2006, p. 30).

Assim, quando tratamos de educação não formal,

logo o debate sobre educação formal apresenta-se com

força, tendo em vista que a forma de educação escolar se

hegemoniza ao longo do século XX (CANÁRIO, 2006). A es-

cola é um lugar fundamental para a formação e conscienti-

zação dos sujeitos, entretanto, não é o único local legítimo

de construção de nossas noções de mundo.

A reflexão proposta em termos exploratórios vai se

orientar pela seguinte concepção de educação não formal

em seu debate com a educação (in)formal:

a educação formal é aquela desenvolvida nas es-

colas, com conteúdos previamente demarcados; a

informal como aquela que os indivíduos aprendem

durante seu processo de socialização - na família,

bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e

culturas próprias, de pertencimento e sentimentos

herdados: e a educação não-formal é aquela que se

aprende “no mundo da vida”, via os processos de

compartilhamento de experiências, principalmente

em espaços e ações coletivos cotidianas (GOHN,

2006, p. 28).

Essa noção de Gohn é importante: a educação não

formal se refere ao que se aprende no “mundo da vida”.

Ora, esse é um debate que pode nos levar a Habermas, mas