XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
inclusive para a construção de novos arranjos curriculares
nas instituições de ensino, assim como na organização me-
todológica das experiências não formais. Se pensada como
uma “via de mão dupla”, a relação entre formal e não formal
revigora a formação dos sujeitos, permitindo um melhor co-
nhecimento do mundo, uma leitura da palavra que parte e
vai além da leitura de mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação popular é um compromisso político e
epistemológico. Como tal, nos incita a permanentemente
reinventarmos estratégias de conhecimento e de luta social.
Promover novas leituras e releituras é essencial para a rigo-
rosidade necessária do discurso científico que se constrói
por nosso corpo consciente. Novas pedagogias sem cair
em modismos; novas ações políticas sem sectarismo; novas
epistemologias que disputam as leituras de mundo: hoje,
penso em
inédito-viáveis
em um mundo em mudança e nes-
se cenário de flagrante instabilidade política no Brasil.
Aproximar Freire de autores e autoras é um exercí-
cio de tipo hermenêutico e importante para uma rigorosa
base conceitual para pesquisas no campo da educação e das
ciências humanas em geral. Em especial, promover o diálogo
de Freire com autoras demarca as vozes femininas, muitas
vezes caladas ao longo de nossa história. Mostra que, tanto
entre os pioneiros e as pioneiras da pedagogia latino-ame-
ricana como agora, há mulheres engajadas na luta política e
na produção e difusão do conhecimento.
Esse texto, em estilo ensaístico, é um convite ao diálo-
go. Apresenta brevemente a noção de educação não formal
trabalhada pela professora Maria da Gloria Gohn e reconhece
o papel histórico dessa dimensão na construção da educação
popular na América Latina. Observa-se que a política é um
aspecto fundamental nos processos educativos não formais,
tendo em vista a característica associativista dos coletivos e
redes. Por isso, educar é conscientizar, é empoderar os su-
jeitos que se autotransformam e se situam no cenário social.