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1864

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

te movimento que se insere nossa reflexão, a partir dos en-

contros epistemológicos da fenomenologia existencial com

a Educação Popular freireana. Um diálogo que compartilha

algumas conversações epistemológicas entre Freire e Mau-

rice Merleau-Ponty.

No texto tratamos da relação entre dimensões vitais

a cada abordagem: a dialética da existência, a ontologia do

Ser, a noção de intencionalidade percebida como corporei-

dade e uma totalidade que não reconhece sínteses reducio-

nistas da realidade. Diálogos (des)coloniais

3

que o legado de

Freire inspira, provoca, germina, desafia; que buscam tecer

relações solidárias.

O texto está organizado em um único bloco articulado

entre ponto de partida e de chegada da reflexão teórica pro-

posta. Apresentamos algumas características do interlocutor

de Freire e em seguida destacamos dimensões importantes

que ajudam a evidenciar suas inter-relações epistemológi-

cas. Nas considerações apresentamos as aprendizagens sig-

nificativas produzidas neste diálogo sem a pretensão, con-

tudo, de trazer soluções, mas de provocar outros diálogos

com vistas a libertação epistemológica colonial que influen-

cia nosso jeito de perceber e fazer Ciência na Educação.

A RELAÇÃO ENTRE A DIALÉTICA EXISTENCIAL E A

ONTOLOGIA DO SER

Como referência de pesquisa nosso ponto de partida

foi a participação nos processos formativos dos Movimentos

Sociais Populares (MSP) da Economia Popular Solidária (EPS)

e de mulheres: experiências vitais para perceber-

nos

como

uma

mulher que pode pesquisar

. A partir destas a

imersão

nos estudos fenomenológicos aconteceu desde leituras de

Edmund Husserl (1859-1938), filósofo alemão, considerado

3

De acordo com Moretti e Adams (2017), “os termos descolonial e desco-

lonialidade não correspondem à idéia de um simples “desfazer” ou, ain-

da, voltar ao original [...] trata-se de reconhecer que incorporamos muito

dessas as heranças do processo histórico de dominação-emancipação [...]

ainda que tenhamos resistido e criado alternativas, valorizando o lugar da

ação, do pensamento e do saber da experiência” (p. 199).