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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
te movimento que se insere nossa reflexão, a partir dos en-
contros epistemológicos da fenomenologia existencial com
a Educação Popular freireana. Um diálogo que compartilha
algumas conversações epistemológicas entre Freire e Mau-
rice Merleau-Ponty.
No texto tratamos da relação entre dimensões vitais
a cada abordagem: a dialética da existência, a ontologia do
Ser, a noção de intencionalidade percebida como corporei-
dade e uma totalidade que não reconhece sínteses reducio-
nistas da realidade. Diálogos (des)coloniais
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que o legado de
Freire inspira, provoca, germina, desafia; que buscam tecer
relações solidárias.
O texto está organizado em um único bloco articulado
entre ponto de partida e de chegada da reflexão teórica pro-
posta. Apresentamos algumas características do interlocutor
de Freire e em seguida destacamos dimensões importantes
que ajudam a evidenciar suas inter-relações epistemológi-
cas. Nas considerações apresentamos as aprendizagens sig-
nificativas produzidas neste diálogo sem a pretensão, con-
tudo, de trazer soluções, mas de provocar outros diálogos
com vistas a libertação epistemológica colonial que influen-
cia nosso jeito de perceber e fazer Ciência na Educação.
A RELAÇÃO ENTRE A DIALÉTICA EXISTENCIAL E A
ONTOLOGIA DO SER
Como referência de pesquisa nosso ponto de partida
foi a participação nos processos formativos dos Movimentos
Sociais Populares (MSP) da Economia Popular Solidária (EPS)
e de mulheres: experiências vitais para perceber-
nos
como
uma
mulher que pode pesquisar
. A partir destas a
imersão
nos estudos fenomenológicos aconteceu desde leituras de
Edmund Husserl (1859-1938), filósofo alemão, considerado
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De acordo com Moretti e Adams (2017), “os termos descolonial e desco-
lonialidade não correspondem à idéia de um simples “desfazer” ou, ain-
da, voltar ao original [...] trata-se de reconhecer que incorporamos muito
dessas as heranças do processo histórico de dominação-emancipação [...]
ainda que tenhamos resistido e criado alternativas, valorizando o lugar da
ação, do pensamento e do saber da experiência” (p. 199).