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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
va libertária em educação, pois estes consideram o Estado,
e consequentemente a escola estatal, enquanto instituições
classistas, hierárquicas, burocratizadas, autoritárias, compe-
titivas, enfim, verticais. Segundo Illich, a escola na história
recente da sociedade industrial ocidental pode ser caracte-
rizada enquanto uma espécie de fábrica nos moldes capita-
listas, interessada na produção de indivíduos subservientes
à lógica do capital. Nas palavras do próprio autor, a escola
“é a agência publicitária que nos faz crer que precisamos da
sociedade tal qual ela é” (ILLICH, 1973, p. 180).
Freire e Illich consideram, portanto, que a educação
está inserida no contexto de relações de poder existentes
na sociedade capitalista, e tratam de conceber perspectivas
de superação destas condições hierárquicas que permeiam
as relações no processo pedagógico. De acordo com a pers-
pectiva freireana (FREIRE, 2005), o processo de libertação
desenvolvido nas relações pedagógicas entre educadores e
educandos, visando à superação desta dualidade, é caracte-
rizado enquanto uma educação crítica, problematizadora e
dialógica, na qual o processo de conscientização ocorre por
meio da práxis, diálogo entre reflexão e ação, com o intuito
de transformar a realidade social que contextualiza o am-
biente pedagógico em questão, considerando estes atores
sociais enquanto sujeitos, e não objetos. Esta diluição das
relações hierárquicas existentes entre educador e educando,
em uma nova relação de aprendizagem de viés horizontal,
dialoga com as perspectivas pedagógicas libertárias.
Em contraposição a esta educação crítica, Freire carac-
teriza a perspectiva educacional opressora enquanto “edu-
cação bancária”, na qual o educador, supostamente deten-
tor do conhecimento, transfere os conteúdos para os edu-
candos que não os possuem. Nas palavras de Álvaro Vieira
Pinto, acerca desta concepção bancária de educação: “a
prática pedagógica é contraditória. É duplamente contradi-
tória porque ela supõe que quem ensina sabe, quando não
sabe e quem aprende não sabe, quando, na verdade, sabe”
(PINTO, 2005, p. 24). É importante pontuar que, para Freire,