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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1841

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

Estas transformações das relações humanas, no senti-

do de torná-las livres, solidárias e igualitárias, exige de to-

dos participantes um esforço não somente físico, manual,

mas também intelectual, pois a proposta anarquista está

absolutamente atrelada a um entendimento de ser humano

integral, não aquele fragmentado entre o trabalho manual

e intelectual como no modo de produção capitalista, mas

apto a apoiar a sociedade através de ações e reflexões.

Na pedagogia libertária, a autogestão pedagógica

representa um paradigma essencial. A autogestão peda-

gógica visa transformar não só a estrutura formal da escola

e a relação dela com o meio social em que se situa, mas

todas as relações estabelecidas dentro dela. A organiza-

ção escolar é pautada por relações horizontais, nas quais

todos os indivíduos envolvidos são potencialmente ativos

como qualquer outro membro da escola no regime auto-

gestionário. Esta estrutura horizontal reflete no caráter de

solidariedade, apoio mútuo, que deve orientar as relações

estabelecidas na escola. Desta forma, a autogestão peda-

gógica de cunho libertário é ao mesmo tempo um ambien-

te e um processo que se articulam e complementam entre

si. A autogestão pedagógica anarquista não pretende “de-

mocratizar” a escola, senão romper com os fundamentos

hierárquicos e autoritários que caracterizam a educação

escolar liberal e tradicional existentes na sociedade capita-

lista. Através de objetivos que visam “tornar o pedagógico

mais político e o político mais pedagógico” (GIROUX, 1992,

p. 32), opta por questionar, transgredir, e transcender as

ações e convicções que sustentam as relações pedagógicas

e políticas no capitalismo. Para realizar estes objetivos, his-

toricamente a educação libertária não restringiu suas ações

à escola formal, mas apoiou e desenvolveu participações

em instituições auxiliares da escola, tais como a imprensa,

os sindicatos, as bibliotecas, todas de caráter libertário e

autogestionário como a própria escola, buscando a arti-

culação destas organizações com os movimentos de liber-

tação da opressão como um todo, desenvolvendo assim