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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
“(...) Nesta aventura encarna-se um sujeito, sempre
outro: escrever é traçar um devir. Escrever é escul-
pir com palavras a matéria-prima do tempo, onde
não há separação entre a matéria-prima e a escul-
tura, pois o tempo não existe senão esculpido em
um corpo, que neste caso é o da escrita e o que se
escreve não existe senão como verdade do tempo
(...)” (ROLNIK, 1993, §22).
INTRODUÇÃO
Do manifesto de reconhecimento da presença de au-
toras no sul do Brasil, nos processos de afirmação da obra
freireana ao recorte da presença imprescindível de uma de-
las, pelo fiar da escrita:
Estamos vivendo um movimento mundial, intenso e
fervoroso, de lutas das minorias, de resistência das classes
trabalhadoras, de percepção ampliada dos coletivos histori-
camente margeados e marginalizados pela discriminação e
soterramento de seus direitos sociais, culturais e econômicos.
Entre esses universos entrelaçados encontram-se as mulhe-
res, as quais têm lutado, incansavelmente, para construir uma
nova cultura de suas presenças, produções e experiências de
mundos, as quais sejam respeitadas, compreendidas, vistas
e sentidas como pessoas plenas e vidas próprias, dignas da
reinvindicação dos seus direitos humanos e protagonismos
legítimos. E dentre tantas lutas femininas, o reconhecimento
das autorias, pesquisas e produção científica das mulheres é
uma das mais complexas, porque emerge em meio às culturas
de tradição, a qual reforça que na ciência quem mais produz e
experimenta reconhecimentos de todas as ordens são os ho-
mens, geralmente brancos, mais jovens e com algum histórico
de oportunidades em suas vidas. O próprio acesso à produção
bibliográfica aceita, realizada e divulgada pelo mercado edi-
torial ainda é mais reduzida para as mulheres; de acordo com
algumas pesquisas, as mulheres aparecem de modo muito
discreto em relação às autorias masculinas. Diante da impo-
nência dos tantos autores homens do mercado editorial bra-
sileiro, as mulheres têm sido publicadas em menor proporção.