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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
REVENDO CONCEITOS: FREIRE, BOURDIEU E ARENDT
Freire (2003) aborda a educação como “libertadora”
– enquanto educadores tomamos a consciência que não va-
mos libertar ninguém, mas oferecer as condições –, já que
não devemos reproduzir o autoritarismo que está presente
em nossa sociedade e que herdamos pelos processos histó-
ricos. O autor salienta que o oprimido não pode ser “liberta-
do” para depois assumir o papel de opressor, pois assim in-
verterá o papel que a educação tem. Diante desse contexto,
o autor desenvolve sua crítica sobre o modelo de educação
reproduzida, segundo o conformismo social.
Freire (2003) discute o processo de desumanização
causada pelo opressor a seus oprimidos. Ele relata a forma
de imposição que o opressor envolve o oprimido e faz com
este seja menos, isto é, em condições em que ele precise
se submeter àquele que domina a vida dos outros sem que
seja notado.
Nesse sentido, Freire (2003) desenvolve o conceito de
revolução. Para ele, uma revolução no campo da opressão
prima por buscar mudanças daqueles que dominam e acaba
gerando novos opressores e oprimidos. Já na contradição, o
opressor reconhece-se como o tal e o oprimido vê-se subju-
gado por outro. O autor adverte que o processo de desintoxi-
cação da opressão deve acontecer de maneira cuidadosa para
que os opressores não venham a serem novos oprimidos.
Assim, o processo de liberdade deve ser visto e senti-
do por ambas as partes. A libertação do estado de opressão
é uma ação social, não podendo, portanto, acontecer isola-
damente. O homem é um ser social e, por isso, a consciência
e transformação do meio deve acontecer em sociedade. A
educação tem a missão de despertar no aluno o questio-
namento sobre a opressão, da qual ele é vítima, seja social,
racial, econômica, etc. O processo de conscientização elen-
cado pelo autor vem ao encontro do despertar no aluno o
porquê da sociedade excludente.
Freire propõe que a educação leve em consideração
todo o conhecimento prévio do aluno, no sentido anterior à