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1808

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Freire (2003) complementa colocando os elementos da

ação dialógica, que são a colaboração, a união, a organização

e a síntese cultural. Desse modo, o diálogo entende o ou-

tro como o outro e respeita a sua culturalidade. A união da

massa oprimida se faz necessária e é papel do representante

dessa classe mantê-la unida para ganhar força de transforma-

ção. A organização é um aporte da união das massas, mas é,

também, um sinal de liberdade para os oprimidos. A síntese

cultural fundamenta-se na compreensão e confirmação da

dialeticidade, que compõem a estrutura social.

Bourdieu (1999) apresenta a sua familiaridade entre

seu pensamento com o de Freire (1999), buscando com-

preender com clareza o espaço existente na sociedade, sem

considerar o antagonismo – força contrária de um sistema,

de um grupo social –, ou seja, as forças das classes e lutas

acontecem entre si. Diante do pensamento econômico, a

ruptura acentua-se ao intelectual, pois ao ignorar as lutas o

campo social afirma-se com verdadeiro processo de conhe-

cimento a ser captado por objetos externos.

Na amplitude do sentido, Bourdieu (1999) destaca

as representações sociológicas e a legitimidade – confor-

midade propiciada pelo governo, permitindo o bom poder,

transformando-se em razão e moralização da política. Par-

tindo desse conceito, os atores sociais detêm de competên-

cias fixas ou não, mas se explicam pelos comportamentos

subjetivos.

Bourdieu (1999) define esse processo com a consti-

tuição de

habitus

, enquanto inquietação que leva a buscar

novos paradigmas e conhecimentos de um mundo social,

baseado em correntes filosóficas. Estas apresentam caracte-

rísticas

fenomenológicas

, subjetivo àquilo de particularidade;

estruturalismo

, objetivismo que considera o conhecimento,

a partir da captação das mensagens dos objetos externos.

Desse modo, o conceito de

habitus,

destacado por Bour-

dieu (1999), proporciona a compreensão que acontece entre

as estruturas de conhecimento de cada sujeito e as práticas

que esse realiza.