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1766

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

soas chegam a aceitar como inevitáveis, e inclusive

conveniente, as peculiaridades contraditórias da

ordem existente, não restando senão a oportuni-

dade de se adaptar e se preparar para ascender,

mediante a participação competitiva, até o máximo

de suas possibilidades na escala aberta para todos

pela “igualdade de oportunidade” que a escola co-

mum e obrigatória oferece. (SACRISTÁN e GÓMEZ,

1998, p.16).

Nesse sentido, as aparências indicavam uma escola

com uma educação de qualidade, capaz de emancipar e fa-

zer com que estes cidadãos fossem livres da ignorância, en-

quanto em sua essência, tanto o acesso quanto a qualidade,

não passavam de uma falácia, e com a ideia que sua posição

social era definida por suas capacidades, estabelece assim

como na sociedade a lei do mais forte, transformando a es-

cola em uma arena de lutas implacável pelo poder.

Nesta nova organização social imposta pela burgue-

sia, só gozava de sua liberdade quem tinha condições de

dispor de propriedades, caso contrário, restava adaptar-

-se aos valores e normas vigentes da sociedade de classes.

Frente a isto, a escola tornou-se um instrumento de contro-

le das classes dominantes, reforçando a opressão, pois os

alunos das camadas populares, por não conseguir competir

neste contexto, acabam se conformando a situação, e po-

dem concluir que seu lugar é onde os ditos “capacitados”

escolherem, ou seja, a burguesia. Isso ocorre, por que esses

sujeitos não tinham acesso a uma educação crítica, que pro-

porcionasse momentos de questionamento da ordem esta-

belecida ou até mesmo contrapor-se. Os dominantes faziam

crer que a conciliação das diferenças de classe era possível.

Entretanto, essa cultura de igualdade quer na verdade

ocultar o “caráter excludente, que bane os que por desigual-

dades significativas de nascimento e/ou desigualdades so-

ciais não conseguem preencher os requisitos de um padrão

de aluno previamente estipulado” (MANTOAN, s/ a). No

pensamento liberal todos são livres, formalmente iguais e

sujeitos de direitos, mas compreende-se que estes aspectos