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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
escola pública brasileira, com políticas públicas de caráter
includentes.
A presença da educação libertadora sempre represen-
tou uma inquietação para as classes dominantes, haja vista
seu caráter transformador. Trata-se de um tipo de educa-
ção que objetiva o empoderamento daqueles que o sistema
educacional elitista historicamente empurrou para margem
da sociedade.
Equidade e igualdade de oportunidades são princípios
fundantes da perspectiva freiriana. Por isso, num contexto
de economia liberal capitalista pautada na competividade
predatória, esse tipo de educação critica apresenta-se como
teoria e prática que contempla os interesses de todos que
buscam construir uma sociedade com menos desigualdades.
Para isso, é fundamental oportunizar uma educação
que propicie ao povo a reflexão sobre si, sobre o seu tempo,
mas que, principalmente, se paute pelo diálogo, de trocas,
por que são nestes momentos que o povo vai se constituin-
do enquanto sujeito histórico. Na concepção de educação
dialógica todos são sujeitos, todos ensinam e aprendem.
Como já insistia Paulo Freire, “a escola transformado-
ra era a “escola do companheirismo”, por isso sua pedago-
gia é uma pedagogia do diálogo, das trocas, do encontro,
das redes solidárias. (2003, p. 73). Mas para que esta prática
educativa se manifeste nas camadas sociais empobrecidas,
a educação deve estar alicerçada a partir das vivencias dos
sujeitos, ou seja, uma educação para o povo, pelo povo e
com o povo, reconhecendo o saber popular como funda-
mental. Por isso ele entendia que a escola
é um
local pri-
vilegiado para potencializar sonhos e utopias, pois é pela
possibilidade de debater, discutir, dialogar que se alcançará
a compreensão da realidade que nos cerca, viabilizando os
registros históricos das mudanças e das transformações.
Nesta perspectiva, compreender a educação como
mediação para a transformação social, pressupõe ver o ho-
mem não como mero reservatório, depósito de conteúdo,
mas sujeito construtor da própria história e em consequên-