XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
Destacar-se que na Pedagogia do Oprimido (Freire,
1983), os sujeitos que desenvolvem o pensamento crítico,
buscam a libertação enquanto oprimidos, empenhando-se
para reconhecer-se como tal e mudar esta realidade, para
uma pedagogia humanista e libertadora.
A pedagogia do oprimido, como pedagogia huma-
nista e libertadora, terá dois momentos. Distintos.
O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando
o mundo da opressão e vão se comprometendo,
na práxis, com a transformação; segundo, em que,
transformada a realidade opressora, esta pedago-
gia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pe-
dagogia dos homens em processo de permanente
libertação. (FREIRE, 1983, p.56).
Neste contexto, enfatiza-se que o oprimido antes da
conscientização crítica da verdadeira libertação, buscava de
certo modo a liberdade da opressão, porém ainda enraizado
nesse sistema, preso na alienação social, queria de qualquer
modo se constituir um ser igual ao seu opressor, ainda que
sentindo as consequências desse pensamento avassalador
de “ter mais e cada vez mais, à custa, inclusive do ter menos
ou do nada ter dos oprimidos” (Idem, p.49). Frente a esta
perspectiva, ressaltava Freire que não bastava apenas reco-
nhecer-se enquanto sujeito aprisionado, mas que buscasse
libertar-se a si e ainda aos que os oprimia.
Até que os oprimidos não tomem consciência das ra-
zões e consequências da opressão, irão se conformar com a
fatalidade e esse estado de dependência transformará esses
sujeitos em massa de manobra, levando a destruição do ser,
da vida. As propostas de Freire vêm justamente contrapor-se
a essa realidade, pois ele acreditava que somente quando os
oprimidos tomassem consciência do processo de opressão,
se engajariam na luta pela libertação, pelo corpo e a palavra,
os quais tinham sido negados pelo regime opressor de se-
rem sujeitos históricos.
Considerando que “ninguém liberta ninguém”, a liber-
tação dos oprimidos deve ser resultado de sua consciência,
para que a ação feita através da reflexão possibilite a au-