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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1769

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

Destacar-se que na Pedagogia do Oprimido (Freire,

1983), os sujeitos que desenvolvem o pensamento crítico,

buscam a libertação enquanto oprimidos, empenhando-se

para reconhecer-se como tal e mudar esta realidade, para

uma pedagogia humanista e libertadora.

A pedagogia do oprimido, como pedagogia huma-

nista e libertadora, terá dois momentos. Distintos.

O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando

o mundo da opressão e vão se comprometendo,

na práxis, com a transformação; segundo, em que,

transformada a realidade opressora, esta pedago-

gia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pe-

dagogia dos homens em processo de permanente

libertação. (FREIRE, 1983, p.56).

Neste contexto, enfatiza-se que o oprimido antes da

conscientização crítica da verdadeira libertação, buscava de

certo modo a liberdade da opressão, porém ainda enraizado

nesse sistema, preso na alienação social, queria de qualquer

modo se constituir um ser igual ao seu opressor, ainda que

sentindo as consequências desse pensamento avassalador

de “ter mais e cada vez mais, à custa, inclusive do ter menos

ou do nada ter dos oprimidos” (Idem, p.49). Frente a esta

perspectiva, ressaltava Freire que não bastava apenas reco-

nhecer-se enquanto sujeito aprisionado, mas que buscasse

libertar-se a si e ainda aos que os oprimia.

Até que os oprimidos não tomem consciência das ra-

zões e consequências da opressão, irão se conformar com a

fatalidade e esse estado de dependência transformará esses

sujeitos em massa de manobra, levando a destruição do ser,

da vida. As propostas de Freire vêm justamente contrapor-se

a essa realidade, pois ele acreditava que somente quando os

oprimidos tomassem consciência do processo de opressão,

se engajariam na luta pela libertação, pelo corpo e a palavra,

os quais tinham sido negados pelo regime opressor de se-

rem sujeitos históricos.

Considerando que “ninguém liberta ninguém”, a liber-

tação dos oprimidos deve ser resultado de sua consciência,

para que a ação feita através da reflexão possibilite a au-