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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
acumulados por gerações passadas, e na visão bancária os
únicos que são dotados do saber são os professores que se
propõem a fazer um ato generoso de transmitir seu saber ao
que são dotados de ignorância.
Esse tipo de educação tinha como intenção “trans-
formar a mentalidade dos oprimidos e não a situação que
os oprime” (Idem, p.69), mantendo a ordem existente, pois
quanto mais passivos e ingênuos, mais tendem a se adaptar
ao sistema imposto, aceitando essa situação como a única e
determinante.
A educação bancária nada mais era do que a negação
do corpo do educando, o corpo negado como aquele ao
qual foi proibida a possibilidade de ser sujeito (Freire, 2002).
Os educadores moldando os seus educandos para constituir
a massa homogênea e padronizada da sociedade capitalista,
negando-os a capacidade de compreensão de sua realida-
de, peça fundamental para manter o andamento do sistema,
assim como o status quo. E neste sentido, para que a ordem
prevaleça à educação torna-se quase que um adestramento,
para adaptação do mundo que está à frente dos oprimidos,
mas o qual eles não fazem parte.
2 – PEDAGOGIA LIBERTADORA COMO CONTRAPONTO A
PEDAGOGIA TRADICIONAL
Vivemos em um contexto social e histórico alicerçado
em tradições e princípios que fundamentam uma socieda-
de muito desigual caracterizada pela dominação e manipu-
lação de interesses pela classe patronal em detrimento da
população em geral. Nada mais atual e verdadeiro do que
dizer que a educação, em tempos de reformas no governo
Temer, representa um retrocesso do no mínimo vinte anos,
pois percebemos uma nítida retoma de bandeiras e práti-
cas do pensamento político neoliberal da década de 1990.
Por isso da atualidade de Freire como contraponto a esta
investida conservadora dos interesses da classe dominan-
te no campo da economia, da política e em consequência,
também na educação.