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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

As discussões propostas por Sanfelice (2005), em seus

estudos historiográficos sobre a escola pública, levam em

conta a distinção da escola estatal da escola pública, fixan-

do que a estatal seria mantida pelo Estado e destinada a

atender a maior parte da população e, no período republi-

cano, teria servido para civilizar as massas, enquanto que a

escola pública nasceria da iniciativa de grupos étnicos com

o objetivo de dar assistência aos interesses destes mesmos

grupos, mantendo, portanto, organização própria e sendo

subsidiada por recursos não exatamente do Estado. O autor

ainda enfatiza que não se pode afirmar que um dia tivemos

ou teremos uma escola pública, pois sua análise contempla

a necessidade de ter um esclarecimento sobre a diferença

entre o público e estatal, e que, ao contrário, isto iria inter-

ferir na constante luta pela real construção de uma escola

pública e gratuita para todos.

Esta questão refletiu-se socialmente de modo a im-

possibilitar aos sujeitos a construção de suas identidades

e o seu reconhecimento próprio como membros de uma

sociedade. Contudo, é possível compreender que, para San-

felice (2005), a escola pública é dever do Estado e deve ser

democrática, aberta ao povo, e fornecer educação qualifi-

cada para formar indivíduos, tornando-os capazes de inter-

virem socialmente no meio em que vivem e possivelmente

de transformar esta sociedade numa sociedade mais justa e

igual para todos.

Algumas considerações sobre o fracasso escolar ao

longo dos anos apontam para diferentes teorias. Dentre

elas, os estudos de Patto (1999) indicam que as primeiras

hipóteses foram baseadas em teorias relacionadas ao racis-

mo, uma vez que os colonizadores eram tidos como pessoas

intelectualmente inferiores e sem capacidade de aprender.

O período que mais marcou este ideal de racismo foi entre

1850 e 1930. A partir daí brasileiros considerados intelec-

tuais começaram a dar atenção às questões relacionadas à

aprendizagem escolar, influenciados pela filosofia e ciência

francesa.