1668
EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Nações Unidas (ONU), relacionados à educação. O primeiro
diz respeito às escolas e aos sistemas educacionais, sua res-
ponsabilidade de garantir o direito da criança à educação,
baseado na igualdade de oportunidade. Para a autora, ele
apresenta problemas ao pressupor: a igualdade de oportu-
nidade em uma sociedade desigual e a existência de uma
capacidade ou inteligência inata ou biológica. Já o artigo 29
vai mais ao encontro do que se espera de uma educação de
qualidade, por ir além da relação entre educação e trabalho,
vinculando-a aos direitos humanos. Suas premissas contri-
buem com a ressignificação do papel da escola na medida
em que promovem “uma visão mais esperançosa e otimista
daquilo que a educação pode/deve/precisa legalmente ser:
o local do aprendizado sobre justiça social e o que significa
um ser humano, que é o sujeito dos direitos humanos” (GA-
MARNIKOW, 2013, p. 196).
Tal Educação Escolar Básica de Qualidade é vigilante
aos objetivos e consequências do capitalismo neoliberal, ao
produzir outros tipos de relações de ensino e aprendizagem
que têm como objetivo primeiro o respeito aos direitos hu-
manos e a garantia do direito de todos à educação. Nessa
visão, a boa escola é aquela que contribui com a forma-
ção de sujeitos sensíveis à dor e ao sofrimento alheios, que
utilizam seus conhecimentos em prol do bem-comum, para
produzir um ambiente melhor de ser vivido por todos. E isso,
nem sempre, caminha no mesmo sentido da maior produ-
tividade, em termos de mercado e economia. Talvez, desse
paradoxo denotem perigos de deixar que especialistas em
economia façam diagnósticos e previsões para a escola e à
educação do país.
Como lidar com tantos impasses provenientes de tan-
tas possibilidades, diferenças e discordâncias sobre os ru-
mos da escola? Sem dúvida, o princípio da autonomia peda-
gógica contribui para promover e desenvolver a capacidade
de pensamento dos professores, para deliberar sobre o lu-
gar que conhecem e, sobretudo, dos estudantes, para que
consigam pensar, enfrentar problemas, elaborar propostas,