XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
num primeiro momento, conseguimos avançar com políti-
cas educacionais e sociais voltadas para uma maior inclu-
são e dignidade de brasileiros e brasileiras sem condições
de humanidade e cidadania, a segunda década vem apon-
tando retrocessos educacionais e sociais que reforçam as
desigualdades nesses aspectos. Com as reformas neolibe-
rais, trabalhadores vêm perdendo seus direitos e as elites
ratificam suas ganâncias e práticas quase escravocratas; na
educação, reformas e projetos querem manter a dualidade
educacional, projetando que uma maior qualidade é para
quem tem mais posses, investindo em instituições privadas
e sucateando as públicas; os conservadores neoliberais ten-
tam, a toda força, capitaneando o “Escola sem Partido” es-
vaziar a possibilidade de uma educação para a criticidade, a
criatividade, a autonomia e a cidadania, sobretudo para as
classes empobrecidas. Não obstante, com Freire somos de-
safiados a não desistir e a fazer, no nosso esperançar, a luta
por uma sociedade e uma educação com condições para o
“Ser Mais” de todos.
Entre as liberdades e o esperançar
Mas, e quanto à liberdade? No Dicionário Paulo Freire,
Jung Mo Sung nos diz que ela “é um conceito central na
antropologia Paulo Freire, em torno do qual ele constrói a
sua teoria pedagógica” (2008, p.244) e nos informa que “sis-
temas e relações sociais injustas negam a humanização e a
liberdade”. Para o autor, a “luta pela libertação de situações
sociais e políticas opressivas é uma condição fundamental
para a realização da liberdade, mas não suficiente”. Freire
também analisa a dimensão subjetiva da liberdade. Para ele,
sob dois aspectos, a liberdade não é a possibilidade de rea-
lizar todos os desejos:
Primeiro [...] a vontade ilimitada é a vontade des-
pótica negadora de outras vontades [...] é a vonta-
de ilícita dos „donos do mundo
‟
que, egoístas, só
veem a si mesmos. [...] a liberdade não se opõe à
liberdade alheia, [...] mas ela se realiza quando se