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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
realidade e que ainda não tem capacidade de obje-
tivá-la. A consciência intransitiva é o grau de cons-
ciência característico de sociedades fechadas, cujos
indivíduos não ultrapassam o “horizonte biológico”
de sua forma de vida. (2008, p.97 e 98)
Com esse escrito de Freire é possível compreender que
o autor refere-se à consciência dos seres humanos que não
conseguem perceber “problemas que se situam além de sua
esfera biologicamente vital e, por isso, ainda não são capa-
zes para o compromisso histórico” (2008, p.98, citando FREI-
RE, 1978, p.60). O autor do verbete continua, reconhecendo
a potencialidade do ser que se encontra na fase intransitiva
para evoluir para a fase seguinte, a “transitiva”; ainda que, a
princípio, “ingênua”, ou seja, “já percebe a contradição so-
cial, mas ainda se move nos limites do conformismo” sem
condições de “se aventurar na direção da mudança”. Essa
consciência, então, apesar de transitiva, ainda não é crítica
e sua interpretação dos problemas é simplificada. Segundo
Kronbauer, quando a consciência transitiva ingênua se eleva
à condição de consciência transitiva crítica passa a caracte-
rizar-se pelo pensar autônomo, pela profundidade na inter-
pretação dos problemas e pelo engajamento sociopolítico.
Por isso ressalta que essa transição da consciência ingênua
para a crítica:
[...] não é idealista, ele somente acontece no pro-
cesso maior de transformação social econômica,
cultural, acompanhado de um trabalho educativo
crítico, dialógico, democrático, em que se desenvol-
ve a capacidade de pensar, deliberar, decidir e fazer
opções conscientes de ação. (2008, p.98)
Também no prefácio do livro Conscientização, escrito
por Moacir Gadotti, temos que as estruturas que nos ro-
deiam e que podem ser transformadas determinam social-
mente a consciência. Segundo Gadotti, Freire dizia que “Há
uma relação dialética entre consciência e história. Mudar a
consciência e as estruturas sociais, políticas e econômicas,
são processos interdependentes que supõem a intervenção