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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

encontra com outras pessoas na luta pela sua li-

berdade e pela das outras. Segundo, nem todos os

desejos que desejamos são nossos desejos verda-

deiros ou autênticos. (2016, p.245)

Ele prossegue dizendo que esse segundo aspecto tem

relação com a “irresistível atração” dos oprimidos pelos “pa-

drões de vida do opressor” e, realizar os desejos desse tipo

“não conduz à liberdade, mas à alienação”. Apropriar-se dos

processos de libertação pressupõe superar nossos próprios

padrões, ir além deles.

Para Freire, a luta permanente pela liberdade se dá

em dois campos simultaneamente: no âmbito da

interioridade humana (consciência e desejos) e no

âmbito sociopolítico. A práxis pela superação das

relações e sistemas de opressão é expressão dessa

luta. A liberdade é uma conquista que se alcança

na medida em que se luta pela libertação de si, do

outro e do mundo. (2008, p. 246)

De acordo com a obra que nos propomos estudar, “o

projeto educacional de Paulo

Freire é um projeto libertador” (2016, 32) que reco-

nhece em todo ser humano, ainda que alienado, uma capa-

cidade criadora. Quando falamos em liberdade, por vezes,

fazemos analogia com a capacidade de voar e percebemos

que essa liberdade muitas vezes é cerceada por alguns que

se consideram “donos do céu”, de forma que verdadeiras

ações revolucionárias podem ser necessárias. A analogia da

liberdade com o ato de voar me recorda da obra “Fernão

Capelo Gaivota” de Richard Back, uma alegoria sobre a im-

portância de buscar sempre mais, de superar-se. Tal qual a

gaivota rebelde, personagem principal do livro e que pratica

ações consideradas revolucionárias pelo bando tornando-

-se alvo de inúmeras críticas; na vida e em meio à realidade

social e educacional brasileira, como educadores, cabe-nos

ousar criticidade e criatividade para “voar” – com os outros

– para outros “inéditos viáveis”. Preocuparmo-nos não ape-

nas em procurar comida, em satisfazer nossas necessidades

básicas de sobrevivência, mas aperfeiçoarmo-nos, acreditar-