XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
porque a “[...] esperança é necessária mas não é suficiente.
Ela, só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e titu-
beia [...] Enquanto necessidade ontológica a esperança pre-
cisa da prática para tornar-se concretude histórica” (FREIRE,
1992, p. 05).
Então pedi que todos pensassem em formas de fazer
tudo aquilo citado no cartaz acontecer, porque essa seria
a discussão da aula do dia seguinte. A partir do segundo
encontro, organizamos as aulas em forma de oficinas, e, tí-
nhamos agora momentos de exercício de autoria coletiva
e subjetivação em aulas que ficaram organizadas em dois
momentos, um era voltado para os desejos subjetivos de
aprendizagem e outro para cumprir o currículo oficial pro-
posto pela escola. Vale salientar que tudo é currículo, nada
é, ou deveria ser separado no currículo, seja de aspecto cog-
nitivo, afetivo e/ou social, mas para justificar à coordenação
pedagógica tudo que aconteceria na experiência com os es-
tudantes, foi necessário produzirmos em sala um novo horá-
rio de aulas e apresentar para aprovação da equipe gestora.
O desejo de utilizar tecnologias nas aulas, como ce-
lular, computador, dentre outros objetos, lembra a discus-
são que Michel Serres traz em seu livro
Polegarzinha
(2013)
onde esclarece que os estudantes de hoje, manipula muitas
informações ao mesmo tempo, “por celular tem acesso a
todas as pessoas, por GPS a todos os lugares, pela internet a
todo saber” (SERRES, 2013, p. 19), são estudantes que “não
tem mais a mesma cabeça” (p. 20) dos estudantes da época
em que os professores destes estudantes tiveram sua for-
mação escolar. Neste livro Michel Serres apresenta vários
descompassos presentes no cotidiano da relação professor-
-aluno, sendo os alunos, vistos como Polegarzinhos, como
aqueles que, com os dedos, acessam várias tecnologias e
vivem em várias redes.
Nesta experiência, apesar dos estudantes serem de
classes populares, sem muitos recursos financeiros, perce-
bi que dos 26 alunos, apenas 3 não tinham celular do tipo
smartphone. Assim, porque não fazer dessas tecnologias