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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

car quieto”, “explicar o dever”, “ensinar a gente”. Ao ouvir

indagações do que seria uma aula na perspectiva dos es-

tudantes, fiquei feliz porque percebi a possibilidade de um

espaço de diálogo, e, fiz outro questionamento: “por que

vocês estão aqui? O que buscam na escola?”. Neste momen-

to, comecei a escrever no quadro, as respostas que foram

surgindo: “aprender”, “ser alguém na vida”, “aprender a ler”,

“estou aqui porque minha mãe obriga”.

Ainda na busca de ouvir mais autonarrativas sobre

aquelas pessoas que até então eu só conhecia através dos

tantos rótulos e diagnósticos negativos devido o fato de não

saberem ler, fiz mais um questionamento: “Para vocês o que

é a escola?”. “A escola é um lugar para assistir aulas”, “apren-

der”, as respostas foram surgindo no sentido de formação

cognitiva, mas, de repente, uma resposta me chamou aten-

ção – um estudante levantou-se e indagou com muita vee-

mência – a escola é uma prisão para crianças!”. Continuou

com sua explicação:

Professora, veja só, a escola é separada por celas

que são as salas de aulas, a gente fica preso aqui,

só pode sair pra merendar e uma vez para beber

água. No portão fica um vigia para não deixar que

nenhum aluno saia antes do horário. Não temos

intervalo, não podemos brincar, temos que ficar

calados e quietos, nem no corredor a gente pode

correr. Com o que isso parece? (Excerto da fala do

estudante K. 2016).

Nas narrativas que estavam sendo apresentadas, fui

percebendo que muitos estudantes estavam incorporando

rótulos que se ouviam sobre eles naquele contexto escolar.

O “não saber ler” parecia definir todo o resto do percurso

escolar, estendendo-se também fora da escola.

Quando todos falaram, pedi para que me ouvissem

um pouco. Aos poucos fui tecendo uma conversa a partir de

cada uma das respostas dadas por eles sobre, aula, aprendi-

zagem, e escola, escritas no quadro. Fui no diálogo quebran-

do alguns dos diagnósticos que eles mesmos acreditavam.

Para isso, comecei com pedido: “Levante o braço quem sabe