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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Em 2016 fui convidada para atuar com os alunos

‘não-alfabetizados’ para este fazer, revisitei minhas leituras

do acervo de Paulo Freire, que considero um dos maiores

educadores deste país, e, neste contexto, a experiência foi

desenhada a partir das autonarrativas, diálogos dos estu-

dantes, vivências nos círculos de culturas, considerando seus

percursos de vida, autoria e subjetivação, partindo de suas

realidades e das realidades que desejavam viver na escola.

Para acompanhar os processos vividos pelos estudan-

tes, utilizei a Cartografia como método para esta pesquisa-

-intervenção. Virgínia Kastrup e Eduardo Passos (2015) trou-

xeram uma grande contribuição para este fazer-viver pes-

quisa quando apresentam possibilidades de utilizar as “pis-

tas do método cartográfico” para organizar e acompanhar o

transcurso dos processos vividos/produzidos pelos alunos.

A cartografia como método de pesquisa-intervenção neste

texto, amplia a discussão sobre impossibilidade de separar

vida e conhecimento, ser e fazer, pesquisar e intervir. Neste

entendimento comecei a organizar a experiência de alfabe-

tização com os 26 estudantes, sujeitos da pesquisa.

A primeira decisão do percurso metodológico foi a de

não levar nada pronto para os estudantes, afinal, como edu-

cadora, sempre me questiono -

seria possível direcionar um

caminho de aprendizagens (cognitivas-afetivas-sociais) sem

conhecer os caminhantes, sem escutar seus desejos, não-de-

sejos, sem entender seus modos de caminhar, seus ritmos e

que buscas desejam no contexto da caminhada?

Então, no primeiro encontro, eu não tinha nada para

entregar. Comecei apenas observando os movimentos do

corpo. Durante 30 minutos, eu apenas olhei. Neste intervalo,

os alunos entraram, saíram, brigaram, gritaram, reclamaram,

alguns insultaram insultos, e, finalmente alguém perguntou:

“a aula não vai começar?”

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, então respondi com outro ques-

tionamento, o que seria uma aula? Várias respostas foram

surgindo, como: “escrever no quadro”, “mandar a gente fi-

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Nos diálogos com os estudantes não apresentarei seus nomes para res-

guardar suas identidades. Nos excertos das falas, utilizaremos a primeira

letra do nome do aluno(a).