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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem”.
Para Freire (1989, p. 7) “a aprendizagem da leitura e a alfa-
betização são atos de educação e educação é um ato funda-
mentalmente político”. Sendo necessário que professores e
estudantes se posicionem de forma crítica ao vivenciarem a
educação, para assim, superarem “posturas ingênuas ou as-
tutas, negando de vez a pretensa neutralidade da educação”
(FREIRE, 1989 p. 7).
Freire traz em toda sua obra a importância de o su-
jeito – educando e educador - compreender criticamente o
seu modo de estar no mundo e partir dessa compreensão
sobre quem estar sendo no mundo, nas realidades vividas,
seja capaz de reescrever, reinventar o mundo, de agir para
transformar seu contexto social.
Na escola, para compreender e transformar seu viver,
sua realidade, os estudantes precisam ter espaços de exer-
cícios de autoria, de agir criticamente sem amarras pedagó-
gicas, mordaças ou qualquer outro dispositivo de controle
dos corpos. E, para alfabetizar crianças e jovens para essa
liberdade, para a vida e para conscientização como Freire
propõe, é preciso um trabalho político e pedagógico dos
educadores de “descolonização das mentes e dos corações”
(ROMÃO; GADOTTI, 2012, p. 101) porque “de nada serve
educação bancária, onde o aluno memoriza quilos de con-
teúdo que não tem nenhuma importância para a sua vida”
(FREIRE, 2008, p. 59), afinal “o educando se torna realmente
educando quando e na medida em que conhece, ou vai co-
nhecendo [...], e não na medida em que o educador vai de-
positando nele a descrição dos objetos, ou dos conteúdos.”
(FREIRE, 1992, p.47).
Neste entendimento, percebo que para organizar prá-
ticas de alfabetização no contexto da escola é importante
acreditar que “a leitura do mundo precede sempre a leitura
da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura
daquele [...] e este movimento do mundo à palavra e da pa-
lavra ao mundo está sempre presente” (FREIRE, 1989, p. 13).
Assim como também é preciso ter clareza de que “a alfabe-