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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

um dispositivo de aprendizagem e subjetivação? Vendo a

tecnologia como extensão da ação humana (SIMONDON,

1989), como mecanismo de leitura e de escrita (LEVY, 2001),

as multimídias presentes nos telefones móveis, passaram a

ser utilizadas nas aulas como ferramentas para alfabetiza-

ção, comunicação e subjetivação. Sobre isso, concordo com

Freire (1996, p. 97) quando afirma que não tem dúvidas “[...]

do enorme potencial de estímulos e desafios à curiosidade

que a tecnologia põe a serviço das crianças e dos adolescen-

tes” (FREIRE, 1996, p. 97).

Em um breve resumo da metodologia, tivemos du-

rante um ano, jogos e brincadeiras que aconteceram nas

terças-feiras em um terreno (piso de terra) que ficava atrás

da escola; uso do celular não era proibido nas aulas, des-

de que fossem seguidas algumas regras que também foram

construídas na coletividade; tivemos o dia semanal do filme;

tínhamos uso de computadores uma vez por semana, com

notebook e projetor multimídia que eu consegui para este

fazer; o dia da leitura fora da sala, onde os estudantes fica-

vam em uma pequena área coberta na frente da escola, em

tapetes de E.V.A. para leitura-deleite; uma viagem para ou-

tro município, onde houve uma visita a um shopping, lugar

onde todos assistimos um filme em um cinema, dos 26 estu-

dantes, apenas um já havia ido a um cinema. E, para fechar o

ano, tivemos uma festa, organizada em estilo de

boite,

onde

toda a estrutura, músicas e equipamentos foi conseguido e

resolvido pelos próprios estudantes.

No final do ano, toda a turma de 26 estudantes não

alfabetizados, estavam lendo e escrevendo de forma con-

vencional, e, eu, enquanto educadora, não fiz nenhum tipo

de mágica, apenas acreditei que constituindo uma rede de

afeto, de autoria e liberdade, cada estudante conseguiria,

no contexto escolar, viver o encantamento da aprendiza-

gem, porque é certo que “sem encantamento não há co-

nhecimento” (PELLANDA, 2004). E, como Maturana (2009,

p. 29), penso que “a educação como sistema educacional

configura um mundo, e os educandos confirmam em seu