XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
A extensão, como presença contextualizada (FREIRE,
1983), faz emergir a aprendizagem sob o enfoque da ação
participante e atuante dos atores em todo o processo de
gestão. Pautamo-nos, desta forma, enquanto gestores, por
uma proposta metodológica, cujos princípios privilegiam a
produção de sujeitos e coletivos organizados, portanto, uma
dinâmica de trabalho subsidiada pelo diálogo, na capacida-
de reflexiva, na construção da criatividade e autonomia, no
estabelecimento de pactos e redes de compromissos.
Cientes de que teoria e prática não são dicotômicas,
mas uma emerge da outra num movimento de interações
recíprocas, fomos criando estratégias de sistematização dos
processos, sempre ancorados em estudos, produções, dis-
cussões, partilhas. Tais iniciativas foram referenciadas pelo
argumento freireano que sustenta que a formação se faz na
prática e na reflexão sobre ela (FREIRE; SHOR, 1986). Com
base nisso, fomos tecendo, a partir dos diferentes fios que
integram a malha universitária, uma urdidura que, por um
processo de curricularização, modifica significativamente o
sentido da pedagogia universitária.
Nesse sentido, o aporte da legislação veio para cor-
roborar com as iniciativas que vínhamos impulsionando. A
meta 12.7 do Plano Nacional de Educação – PNE trouxe vi-
gorosa energia no sentido de potencializar a extensão como
um eixo desencadeante da aprendizagem. A lei indica:
“Assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do to-
tal de créditos curriculares exigidos para a gradua-
ção em programas e projetos de extensão univer-
sitária, orientando sua ação, prioritariamente, para
áreas de grande pertinência social”.
Os programas e projetos constituem-se em espaços
privilegiados do encontro entre universidade e comunidade.
Por meio deles, os professores e estudantes confrontam-se
com as inúmeras realidades sociais e suas problemáticas
emergentes no território. Nessa relação estreita e dialógica
é que se encontra a legítima possibilidade, pela problemati-
zação do real (FREIRE, 1987) de aprendizagem.