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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

o olhar diferenciado sobre a maneira como se abordavam os

conteúdos - de forma fragmentada e descontextualizada da

realidade,- foram ainda mais questionadas e com a proposta

do governo estadual da época, era praticamente impossível

não fazer a transição do ensino tradicional para o ensino atra-

vés de práticas de pesquisa, esse último impulsionado por ati-

vidades pensadas na execução de projetos interdisciplinares.

A avaliação tradicional, nesse cenário, tornara-se incoerente,

pois sua base epistemológica encontrava-se ancorada em

outra concepção mas ao mesmo tempo, era a única forma de

“rigor” (FREIRE, 1986, p. 98) que alunos e professores conhe-

ciam para legitimar o processo de escolarização.

Ao mesmo tempo, não adiantaria colocar-se num

documento uma política pensada para a transformação se

essa não acontecesse de fato. Foi a partir desses momen-

tos vivenciados na minha trajetória enquanto docente que

pude compreender melhor minha responsabilidade em sala

de aula e tive clareza do papel do professor como sujeito

possuidor do poder de transformação da realidade escolar.

Nesse contexto, as palavras de Freire (1991) se fizeram

ainda mais pertinentes e quanto mais eu aprendia com a

prática, mais refletia e estudava sobre ela. Segundo o autor,

o professor não se constitui educador de um dia para outro,

mas através da reflexão sobre a prática, o que interpreto

como uma autoavaliação profissional, uma retomada dos

erros e acertos com o intuito de colaborar com a aprendiza-

gem do educando.

Encontrei então, nas leituras das obras de Freire al-

guns subsídios para levantar a discussão sobre aquela que

tem guiado os planos de trabalho e as práticas da escola: a

avaliação. É a partir dela que são elaboradas as aulas, é por

causa dela que os alunos estudam e são diplomados tanto

no progresso como no fracasso.

Os processos avaliativos escolares acabam enfatizando

as diferenças existentes numa sociedade plural e as consi-

dera como algo nocivo, que impede a construção de conhe-

cimentos significáveis. Seguindo a objetividade desse pen-