XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
Uma das principais sistematizações freireanas foi a
tese apresentada para a Universidade de Recife, intitulada:
Educação e atualidade brasileira,
posteriormente essa tese
originou a publicação do livro:
Educação como prática de li-
berdade.
Essa obra sintetiza algumas das convicções e op-
ções epistemológicas, políticas e pedagógicas, permitindo
o surgimento de uma nova concepção de educação, a edu-
cação popular.
Segundo Paludo (2001, p. 91), “é nos anos 1960, com
Paulo Freire, que se tem, pela primeira vez, de forma con-
sistente, uma pedagogia anunciada das classes populares”
Tal iniciativa leva em consideração a realidade brasileira, em
que as classes populares assumem papel central.
Em linhas gerais, a educação popular pode ser com-
preendida como uma nova forma de compreender a educa-
ção, especialmente na América Latina. Uma das premissas
da educação popular é a busca da transformação ao invés
da conservação ou reprodução social. Esse formato de edu-
cação aposta nos movimentos populares, na cultura popu-
lar, na tentativa de emancipar os sujeitos, essa proposta está
vinculada a um projeto sociopolítico libertador.
A principal obra de Freire, referência mundial, é a
Pe-
dagogia do Oprimido,
nesse livro é apresentada uma crítica à
concepção bancária de educação, que leva a domesticação,
considerando os estudantes tábulas rasas a serem preen-
chidas pelos depósitos do professor. Nessa concepção, o
professor, professa, transfere conhecimentos e convicções,
por meio da imposição, não gerando comunicação, pois não
há diálogo, com confronto de opiniões e reciprocidade de
trocas, não gerando conhecimento. Nessa obra Freire anun-
cia: “Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca
inquieta, impaciente, permanente, que os homes fazem no
mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa
também” (FREIRE, 2003a, p. 66).
Outra premissa que o autor retoma é da necessidade
de aproximar-se de outros sujeitos para que ocorra o pro-
cesso de aprendizagem: “ninguém educa ninguém, ninguém