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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Antes da separação dos cursos, os profissionais de EF
recebiam o certificado de licenciatura plena, então pode-
mos indagar o porquê dessa separação, pois a figura de um
professor/educador é comum para atender a todas as áreas,
seja na sala de aula, na academia, no treinamento, no tra-
balho de reabilitação. Pois, como Freire (1996, p. 45) afirma
“[...] o que importa, na formação docente, não é a repetição
mecânica do gesto, este ou aquele, das emoções, do dese-
jo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo
que, ao ser ‘educado’, vai gerando a coragem”.
Desse modo mais articulado com a realidade social e
humana que constitui a vida contemporânea, o marco inicial
da formação de um professor enquanto profissional seria o
curso de licenciatura, que como relatado anteriormente, vem
sendo um dos principais temas a ser discutido na área da EF.
Assim, diante de tantas constatações, dúvidas, des-
créditos, fragmentações, reformas curriculares, podemos
questionar alguns pontos como: qual o perfil do profissional
da área que esperam esses profissionais? Santin (1999) traz
algumas indagações, que nos provocam para discutir a for-
mação da área:
Queremos que ela seja ciência. Por quê? Porque o
critério maior da modernidade para dar credibilida-
de a uma ação é ser ciência. Sendo ciência, acredi-
ta-se que a Educação Física mereça respeito. E, para
ser ciência, precisa mostrar que é capaz de produzir
conhecimentos científicos. Queremos que seja uma
ação pedagógica, aliás, os termos apontariam para
essa direção. Por quê? Certamente para educar uma
pessoa formando um cidadão através do aperfei-
çoamento, do desenvolvimento e do culto da cor-
poreidade humana. Queremos que seja uma ativi-
dade disciplinar. Por quê? Para exercer um controle
sobre as forças e disposições corporais em proveito
de outros valores do ser humano, provavelmente
classificados como superiores. Queremos que seja
um curso profissionalizante. Por quê? Certamente
por que é imposição do sistema de produção, se-
gundo o princípio do mercado de trabalho, à edu-
cação escolar. (SANTIN, 1999, p. 14-15).