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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomo-

dado. Não há docência sem discência, as duas se ex-

plicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os

conotam, não se reduzem à condição de objeto, um

do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem

aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina al-

guma coisa a alguém. Por isso é que, do ponto de

vista gramatical, o verbo ensinar é um verbo transiti-

vo-relativo. Verbo que pede um objeto direto – algu-

ma coisa – e um objeto indireto – a alguém.

Parece-nos que é quase corriqueiro, dizermos que “sem

docência não há discência” ou então que “quem ensina ensina

alguma coisa a alguém”, no entanto ainda estamos distante

de compreender que o pressuposto do “re-formar ao formar”,

necessita estar cotidianamente em nossa vida pessoal e profis-

sional, somos um todo e ao transformarmos a nossa condição

existencial, também modificamos a prática docente.

Uma primeira aproximação à pesquisa-formação pro-

posta por Josso se estabelece, pois se necessito colocar-me

como pesquisador-formador, também necessito compreender

que ao “re-formar ao formar”, coloco-me na posição de apren-

diz e essa aprendizagem, relaciona-se também com as inter-

locuções que fazemos com o outro, mediando novos saberes.

Assim, Freire (1996, p. 12) explicita:

Do ponto de vista democrático em que me situo,

mas também do ponto de vista da radicalidade me-

tafísica em que me coloco e de que decorre minha

compreensão do homem e da mulher como seres

históricos e inacabados e sobre que se funda a mi-

nha inteligência do processo de conhecer, ensinar é

algo mais que um verbo transitivo-relativo. Ensinar

inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo

socialmente que, historicamente, mulheres e homens

descobriram que era possível ensinar. Foi assim, so-

cialmente aprendendo, que ao longo dos tempos

mulheres e homens perceberam que era possível

– depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos,

métodos de ensinar. Aprender precedeu ensinar ou,

em outras palavras, ensinar se diluía na experiência

realmente fundante de aprender. Não temo dizer

que inexiste validade no ensino de que não resulta