XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 2 – PAULO FREIRE:
MEMÓRIA,
REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
ativa, o sujeito transformador. Tais características permitem
refletir sobre o sentido dessa criatividade possibilitando
questionamentos que vão compondo o ato de criar, seja ao
pensar sobre a interferência do ato criativo na relação com
o outro, seja em como essa criatividade pode transformar
ambiente social em que o sujeito está inserido.
Nesse sentido, a criatividade libertadora ganha cunho
social à medida que visa aspectos direcionados a uma edu-
cação menos excludente e igualitária, quando o sujeito
agarra a responsabilidade pelo coletivo ele dialoga a fim de
lutar contra as injustiças possam surgir, na mesma medida
que quando a esperança existe, mas uma esperança crítica,
ele não concorda em invalidar um outro sujeito e enxerga as
limitações sociais e suas próprias limitações o que vai permi-
tir ir além e exigir a diferença.
Sobre a dimensão de criatividade libertadora relacio-
nada ao inédito viável, Rosas (2008, p. 166) escreve que
Criatividade libertadora, com Paulo Freire, vem à
tona pela dimensão de história e cultura funda-
mentada pela argumentação contextual de criação,
bem como pelo reconhecimento sobre a necessá-
ria condição de sujeito que atua inventando com
as relações que elabora e participa. Sujeito capaz
e hábil, concentrado na situação-limite, estendido
pela atualização de seu inédito viável.
O movimento de superação da situação limite em bus-
ca do inédito viável tem em si uma criatividade que se fun-
damentando no passado, mas não fica nele, pois requer do
sujeito consciência crítica e participação ativa tornando-o
sujeito criador e transformador da sua realidade. Sendo as-
sim, o inédito viável precisa conhecer as razões históricas,
sociais e econômicas que podem explicar a desesperança e
a partir desse entendimento tentar superar as situações limi-
tantes que emergem. Nas situações limites há o lugar onde
a esperança pode ser ressignificada, pois é onde se pode
sonhar numa práxis possível.
A esperança crítica fundamentada no sonho e no co-
nhecimento é construída no diálogo e na possibilidade de