Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1199 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1199 / 2428 Next Page
Page Background

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1199

EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

tercultural que queremos, y debemos, contruir, es

precisamente superar lo aprendido el la educación

de la cultura hegemónica para aprender de nue-

vo em y con la gente, es decir, trabajando con la

gente, compartiendo sus miedos y preocupaciones,

asimismo sus esperanzas y sus muchas iniciativas

en favor de una vida digna, justa y, por tanto de

convivencia. (FORNET-BETANCOURT, 2004, p. 85)

O diálogo intercultural propõe uma atitude ética, so-

lidária e comprometida com a libertação da humanidade. A

educação indígena está baseada nos princípios da intercul-

turalidade e da solidariedade, assegurando manifestações

culturais, relações mediadas pelo outro e pela cultura. A in-

terculturalidade é uma ética, onde se estabelece um diálo-

go com o outro. O outro tem algo a me dizer, parte-se de

histórias e memórias diferentes; o pensamento passa a ser

situado, partindo do tempo e espaço de quem fala.

O diálogo intercultural exige respeito por todas as

culturas, pressupõe a alteridade – encontrar o outro – com

base no respeito e solidariedade. O diálogo intercultural

opta pelo enriquecimento mútuo, pelo respeito ao dife-

rente, pela transformação cultural. Na educação indígena

o diálogo intercultural, se dá na autonomia dos povos in-

dígenas, quando eles são os atores da educação, da práxis,

onde existe o respeito pela identidade do seu povo. Mas

de que modo os diálogos interculturais tornam-se uma

práxis libertadora?

Segundo Menezes, (apud Costa e Machado, 2014, p.

287) é preciso outro para que possamos pensar comprome-

tidos com a mudança, e será no diálogo que o pensamento

reaprende a pensar. Há, portanto, um processo pedagógico,

ético, revolucionário, político e amoroso em relação ao pen-

sar e seu compromisso com as questões do nosso tempo,

em que o tempo é sempre outro como nos diz Levinas. E

é nesse sentido que queremos pensar a interculturalidade

como uma práxis que é libertadora.

Para o desenvolvimento desta reflexão trago três prin-

cípios que são fundamentais: ética, amorosidade e esperança.