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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
de uma concepção de educação como práxis “que implica a
ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transfor-
má-lo”. (FREIRE, 1987, p.38).
A primeira grande relação entre a reforma de Estado
refere-se à difusão da ideologia do neoliberalismo a partir
do Consenso de Washington de 1989. Com posição neolibe-
ral, embasada pela defesa da retirada do Estado na execução
das políticas públicas, da privatização dos serviços estatais
cortando os gastos públicos, a desregulação dos mercados e
a abertura comercial, em que a referência das políticas edu-
cacionais passa a estar de acordo com essas concepções de
fundo, mesmo quando nos apresentam uma ideia de superfí-
cie. Esse processo de mundialização e globalização do capital
(Chesnais, 1996) decorrente de um longo debate internacio-
nal que é sugerido por vários organismos internacionais e
intelectuais economicistas, a exemplo de Hayek (1983) visa
atacar o Estado regulador. A marca preocupante no que tan-
ge as políticas educacionais são os interesses do privado sob
o público, cujas observações podem ser verificadas nos textos
reguladores da educação brasileira, mesmo que muitas vezes
estejam textualmente mascarados (superficial). Um caso é a
marca da política de governo e não de Estado que não asse-
gura a continuidade dos direitos conquistados pelas classes
populares, usuária da educação pública.
De modo geral, podemos dizer que a reforma de Es-
tado ainda em processo tem se centrado em várias imple-
mentações de políticas neoliberais orientada, politicamente,
à luz dos valores mercantis. O primeiro grande instrumento
de argumentação é culpabilizar o Estado, que está a serviço
das classes populares através da execução de políticas so-
ciais, como responsável pela crise fiscal pelo seu papel gi-
gantesco. Em decorrência dessa argumentação, faz-se uma
campanha de defesa de uma suposta crise do Estado que
estaria esgotado por conta dos gastos sociais. Essa etapa
de desmoralização do Estado é uma base estruturante para
justificar a necessidade da privatização dos serviços públicos
estatais.