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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3:
GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
negros e brancos, eles não beneficiaram e atingi-
ram de maneira igual, esses diferentes grupos. O
nível de escolaridade das mulheres é claramente
superior ao dos homens, mas as desigualdades ra-
ciais não se reduzem. Os índices de desemprego
entre mulheres e negros são consideravelmente
superiores à de homens e brancos, assim como,
o índice de desemprego das mulheres negras
é quase o dobro, comparado ao índice de de-
semprego dos homens brancos. Persistem, ainda,
relevantes divergências quanto à remuneração
no mercado de trabalho do país, cujas implica-
ções se dão nas questões de gênero, e na cor da
pele das pessoas. Os rendimentos das mulheres
são considerados mais baixos que os dos homens,
inclusive entre aqueles que possuem os mesmos
níveis de escolaridade. Os dados antepostos indi-
cam que a diferença de escolaridade não é um
fator justificativo para a diferenciação de renda
relacionado à gênero e raça, e que, dessa ma-
neira, devem haver outros fatores que explicam
a desigualdade. Entre estes, a segregação por
ocupação, pautada na diferença de raça, cor e
gênero das pessoas, além de outras maneiras de
manifestação direta ou indireta de discriminação
no contexto laboral. A divisão ocupacional por
gênero e raça ainda persiste e desempenha uma
grande influência sobre os rendimentos destes
sujeitos e nos demais indicadores de condições
de emprego para mulheres e homens, negros e
brancos. Uma grande proporção da população
feminina se concentra nos segmentos mais pre-
cários do mercado de trabalho. Isto se acentua
entre as mulheres negras. As mulheres e as mulhe-
res negras principalmente, ocuparam posições
de trabalhadoras autônomas, serviços domésti-