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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3: GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

são profissões consideradas masculinas, por terem

atributos como esforço físico, rigor ou autoridade.

A pesquisa que embasa esta apresentação

é qualitativa, tendo como desenho o estudo de

casos múltiplos. Utilizou-se de entrevistas individuais

para compreender a realidade das trabalhadoras

e traçar os aspectos constituintes das relações so-

ciais que articulam trabalho e gênero. Foram en-

trevistadas 12 trabalhadoras em atividades consi-

deradas masculinizadas para descortinar aspectos

relevantes à construção biopolítica do corpo em

relação ao gênero no trabalho. Consentindo par-

ticipar do estudo, as trabalhadoras atuam em di-

versas atividades e possuem idades que variam

entre 26 e 65 anos. Utilizou-se a análise de discurso

como técnica de produção de sentidos sobre o

material coletado, enfatizando uma abordagem

de cunho semântico.

Ao pensarmos o corpo como um espaço

biopolítico, temos nele as inscrições e atribuições

sociais a serem feitas. É com uma premissa biologi-

cista que se segrega as pessoas e se espera delas

performances pré-estabelecidas. Essas performan-

ces estão ligadas ao período sócio-histórico no

qual são produzidas. As marcas no corpo, como o

uso de roupas e acessórios, determinam o lugar do

sujeito e lhe atribui aspectos sexualmente distintos.

As performances e os acessórios não são camisas

de força ou caminhos instransponíveis, pois vimos

as mulheres nas profissões consideradas masculini-

zadas performarem trejeitos e costumes que seriam

designados ao outro sexo. Aí temos um indício de

que para a mulher ser aceita no trabalho masculi-

nizado, ela deve eventualmente performar como

homem, mostrando que essas marcações binárias

são decorrentes de atribuições sócio-históricas e