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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3:

GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

não atributos biológicos. Embora a performativi-

dade seja destacada por elas, destacamos, como

parte das análises, que como espaço biopolítico

o corpo também serve para intervenções das fa-

mílias dessas mulheres, que não concordam com

as profissões delas pois as consideram perigosas,

arriscadas e “coisa de homem”, como se a mulher

não tivesse capacidade de permanecer em um

espaço perigoso. Uma atribuição que é historica-

mente negada ao corpo feminino é a força, já que

a masculinidade está impressa neste atributo. Mas,

se analisarmos questões históricas perceberemos

que as mulheres cuidadoras do lar caminhavam

grandes distâncias para buscar baldes d’água pe-

sados, para o uso doméstico, além de ter de segu-

rar crianças no colo e realizar outros esforços físicos

significativos nas tarefas domésticas.

O objetivo da pesquisa é mostrar que as

constituições sexistas, calcadas na biologia, de-

vem ser questionadas; que o trabalho considera-

do masculinizado, bem como a performance de

gênero, são construções sociais. As mulheres que

adentram esses espaços têm estratégias para se-

rem aceitas e performam os trejeitos do sexo opos-

to, mas posteriormente elas podem transgredir re-

gras e voltar a performar ações referentes ao seu

próprio sexo. Outra questão pertinente é a entra-

da e permanência das mulheres nestes espaços,

mesmo que elas não consigam a total autonomia

porque há um sistema econômico de opressão

e aprisionamento. Além de mostrar que o corpo

é fruto de um processo sócio histórico e cultural,

argumenta-se que ele é muito importante para a

quebra dos paradigmas de divisão social do tra-

balho calcados na biologia e no sexismo. A entra-

da em espaços como esses marcam a possibilida-