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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
te no momento em que reconheço, não sua semelhança e,
sim, sua diferença.
PRIMEIRA CARTA: A JOSÉ MARTÍ
Caro José, não existe nenhum tema mais adequado a
constituir-se em objeto desta primeira carta a quem ousa ensi-
nar (e a pensar a educação), do que a significação crítica desse
ato. É que não existe (pra mim e para Paulo) ensinar sem apren-
der (FREIRE, 1993, p. 27). Trata-se de descobrir as incertezas, os
acertos, os equívocos. Trata-se de reconhecer aquilo que faz
lembrar (que permanece e significa) e de se deixar surpreender
por aquilo que não se sabia saber antes. Trata-se de um pro-
cesso que transforma, modifica, provoca, rompe...
Veja, não é algo simples, não é algo novo. Não é uma
incursão ao empreendedorismo. Tampouco, uma velha re-
ceita de bolo. É algo que se encontra entre as múltiplas
cores de
Maimaráe as paletas acinzentadas de um pintor
de palavras. É algo que não se pretende esgotado, preci-
so, aquartelado, mas que permite a continuidade do debate
sem que seja necessário deixar para trás tudo aquilo que já
foi visto antes. Lê se primeiro - o mundo!
Dá escuta atenta surge o reconhecimento de que não
é possível despregar o pensamento. Há que se reconhecer a
condição de homem como aquele que enfrenta obstáculos
e encontra a natureza que lhe é – própria. Ao falar de si, o
poeta-professor, fala de seu povo. Delimitam-se situações
de conhecer e de dar-se a conhecer. Apresentam-se as ar-
mas. Desnudam-se os conflitos e não é mais, possível, deixar
tudo como está.
Emerge dali a vontade de libertação de seu povo e o
sonho de instalar um governo independente e democráti-
co. Nessa direção a educação apresenta-se, por consequên-
cia, como possibilidade de transgressão, de dobra. Mas ele
(José)... ele está preso e tem seus direitos controlados por
uma prática soberana que mascara, ofusca. Silenciam-se as
possibilidades de resistência. Sob a égide da moral absoluta,
docilizam-se os corpos. Corpos que, não aos poucos, vão