XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
DIÁLOGOS ENTRE RANCIÈRE
E PAULO FREIRE
Tyler Olsen
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Palavras-chave:
Rancière. Freire. Educação emancipatória.
Ontologia.
No campo dos estudos educacionais nos Estados Uni-
dos, Paulo Freire e Jacques Rancière são dois estudiosos da
educação emancipatória, que atualmente são utilizados em
muitos trabalhos teóricos. Porém, cada vez mais os con-
ceitos de Rancière são citados como caminhos para evitar
os chamados problemas da teoria Freireana. Por exemplo,
Sarah Gallaway (2012) chama atenção a vários aspectos
da teoria Freiriana que têm sidos criticados historicamen-
te pelos numerosos teóricos. Ela propõe que o trabalho de
Rancière evita todos esses problemas. Uma dessas críticas é
que Freire supõe uma ontologia do ser humano e da socie-
dade, apresentada como tantas “verdades” que podem ser
conhecidas de antemão, um conhecimento que os demais
críticos insistem que é impossível além de ser indesejável.
Rancière pretende prevenir essa crítica por simplesmente
evitar todas as afirmações ontológicas, tratando-as como
“opiniões.” Mostrarei que além desse malabarismo das pala-
vras, Rancière também tem uma ontologia, e que a ontolo-
gia dele é menos capaz de apoiar uma prática de educação
emancipatória e social. Ao contrário, a teoria Rancièreana
declara (como “opinião”) que emancipação não pode ser
um processo social, porém existe como um processo indi-
vidualizado. Ademais, a teoria Rancièreana também declara
(como “opinião”) que qualquer instituição social, inclusive
qualquer instituição de educação, é necessariamente estru-
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Mestre em Ciências Politicas pela City University of New York. Atualmen-
te faz pesquisa como bolsa Fulbright na Unisinos, no PPG em Educação.
Email:
tolsen@gradcenter.cuny.edu.