XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
destaca a “liderança revolucionária de Fidel” e seu papel
fundamental para manutenção do diálogo com as massas
para a transformação da realidade. Segundo Freire, o diálo-
go, dentro do processo revolucionário, promove o aprendi-
zado e potencializa a construção da consciência crítica e seu
processo de luta pela libertação. É o diálogo, portanto, que
costura as aproximações entre Fidel e Freire (costura indig-
nação, revolução e libertação), uma vez que o processo re-
volucionário busca a libertação e, portanto, a superação da
opressão de uns sobre outros por meio da conscientização e
essa, por sua vez, depende do diálogo. “Ela é revolução por
isso”, diria Freire (p. 124), pois há diálogo, há comunicação e
não objetificação. É por meio do diálogo que diferenciamos
opressão de revolução.
A revolução, baseada na ação dialógica, permite que
as pessoas transformem a realidade por meio da pronúncia
do mundo, da discussão e da mediação. Eis aí a dimensão
pedagógica da revolução, que contempla a compreensão e
valorização das diferenças, a abertura para a intercultura-
lidade de forma ativa e reflexiva. A ação dialógica em sua
práxis, conforme Freire, contribui para o processo de cons-
cientização e libertação das pessoas. Ela é “[...] o máximo de
esforço de conscientização possível que deve desenvolver o
poder revolucionário, com o qual atinja a todos, não impor-
ta qual seja a sua tarefa a cumprir” (FREIRE, 2017, p. 156).
Lendo o processo revolucionário cubano a partir de
Freire, compreendemos que a Revolução envolveu a popu-
lação e possibilitou que ela desenvolvesse uma visão críti-
ca sobre o mundo, o processo de aculturação e dominação
do “Golpe de Batista e do Moncada”. Como alternativa à
aculturação, a educação surge como elemento formador da
consciência coletiva, ferramenta para que a população te-
nha consciência de si e construa um cultura revolucionária e
política que permita a manutenção do modelo revolucioná-
rio. Educação, aqui, é conscientização. E essa implica a pas-
sagem da apreensão espontânea da realidade para a leitura
crítica, na ação-reflexão.