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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

de internacionalizar suas ideias a partir das três dimensões

que já mencionamos, sistematizamos nesse resumo expan-

dido algumas ideias, que pretendemos abordar de forma

mais minuciosa em trabalhos futuros, a respeito do legado

de Fidel Castro e Paulo Freire não apenas para a educação

latino-americana. Para tanto, organizamos nossas ideias a

partir de três movimentos: primeiro, ao abordarmos a di-

mensão da indignação, buscaremos elementos nas biogra-

fias de Fidel e Freire para compreender o contexto no qual

desenvolveram suas ideias; então, a partir da perspectiva da

revolução, pretendemos estabelecer aproximações entre es-

tes pensadores e, num terceiro momento, a partir da noção

da libertação, compreender como a concepção de interna-

cionalização do conhecimento pode ser percebida em suas

práxis.

Inspirado por seu conterrâneo, José Martí, Fidel dedi-

cou sua vida para a construção de uma pátria justa, feita “

por

todos e para todos”.

Tal qual Martí, ele propôs um programa

para a libertação nacional e convocou o povo para a revo-

lução. No Manifesto n. 1 del 26 de Julio al Pueblo de Cuba,

o Comandante propôs redistribuir terras aos pequenos agri-

cultores, nacionalizar serviços públicos, ampliar o acesso à

escola e à cultura de forma geral, entre outras medidas. Pelo

documento é possível perceber que a revolução proposta

pelo 26 de Julio é uma transformação política, ideológica e

social feita com, por e para “l

os humildes

”. A trajetória de

Castro antes, durante e após a Revolução Cubana é exem-

plo de uma práxis revolucionária intensa, que contou com a

massiva participação popular.

Freire, também leitor de Martí, compartilhou com Fi-

del o desejo participar da construção de uma sociedade jus-

ta, feita

com, por e para

o povo. Freire era um indignado

que acreditava na revolução e em seu potencial pedagógico.

Acreditava que o diálogo é mais do que um recurso, é um

compromisso que todo o revolucionário assume, por meio

do qual se

aprende o poder e o combate à opressão

(FREIRE,

2017). Ao refletir sobre a Revolução Cubana, Freire (2017)