XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
o bem soberano. É a vontade política como a vontade do
povo (e do coro) que hoje, falando explicitamente do Brasil,
silencia... Vale perguntar por quê?!
Será que foi domado o animal político? Será que não
conseguimos mais exercer e gozar de nossos direitos natu-
rais com competência e autonomia uma vez que o sistema
nos oprime e conduz nossas ações operando através de dis-
positivos de poder cada dia mais explícitos, mais visíveis e,
ainda assim, tolerados? Calou-se o coro...
Às vezes penso que, nesse mundo torto, lutar pelas
coisas certas pode significar o exílio, o abandono, o retorno
a caverna-túmulo. Num mundo onde o ‘eu’ assume propor-
ções cada dia mais narcísicas, o coletivo emudece. E aquele
que se atreve a erguer a voz é tomado, muitas vezes, como
O problema! Calou-se o coro, calou-se o povo!
A carta que não terminei: a Sarmiento e a Paulo Freire
Não consegui terminar minha carta a Sarmiento e
Freire. Comecei a escrita várias vezes, mas a cada novo tex-
to outra pergunta me ocorria. Acho que ainda estou muito
impactada com as cartas que escrevi antes. Então pensei em
destacar alguns conceitos importantes que podem nos aju-
dar a pensar a educação, também, como exercício da cida-
dania plena, bem como pensar qual o lugar do Estado e a
sua relação com a educação popular, por exemplo.
Penso em Sarmiento como penso em Paulo (Freire),
como alguém que não é unanimidade entre os seus e achei
que talvez vocês gostariam de ler algumas reflexões que faço
sobre a teoria freireana que permitem aproximações com
Sarmiento. Freire (2005) nos convocava (e convoca ainda) a
refletir sobre o novo homem, a nova mulher, a educação e
a necessidade de manter a marcha (movimento). Ao frisar
que cedo o novo ficava velho, ele chamava a atenção para
a emergência da renovação, para não envelhecer o homem
precisava (e precisa) pôr em prática uma educação comple-
tamente diferente da educação colonial. Vele perguntar se já
conseguimos fazer isso?!