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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
para quê? Na perspectiva neoliberal a resposta seria para
o trabalho. Na perspectiva crítica – para atuar na socieda-
de com maior autonomia e poder. Por conseguinte, sobre
a educação popular podemos pensar: Qual o aspecto que
a educação negou para a educação popular? E o mesmo se
aplica a pergunta: Qual o aspecto da educação popular que
a educação não dá (ou não deu) conta?
Não me sinto confortável quando você diz que conti-
nuamos sendo índios mesmo querendo não sê-lo. Me intri-
ga retomar as dimensões experienciais como algo que ope-
ra na constituição da subjetividade através de uma dialética
muito particular. Às vezes me pergunto: O povo esta alie-
nado quando o assunto é educação? Quem quer saber do
povo qual educação ele quer? Quem tem interesse em saber
isso? Por quê? São muitas questões e não acho que nessa
carta dou conta delas.
Toda hora me vêem a mente algo sobre os gregos e a
filosofia, algumas tensões que permitem realizar inferências
provocadas por sua fala. Por exemplo, fico pensando no pa-
pel do coro, na tragédia grega... ele nasce como expressão
dos sentimentos do coletivo e permite o reconhecimento
daquilo que é comum. Fazendo a transposição do texto para
o contexto educacional em que vivemos hoje, podemos
pensar que trata-se das incertezas, das inconstâncias, das
relações de poder e bio-poder atravessadas pelo capital que
vão além do bem dizer e do bem fazer. E que sob a égide
do discurso do melhor para o povo, tomam-se atitudes que
visam, em sua maioria, apenas o enriquecimento pessoal.
Da mesma forma que em entendia Creonte – que não
seria possível o homem governar sem que o respeitassem
acima de tudo – os políticos brasileiros pensam que em
nome ‘do bem para o povo’ podem fazer o que quiser, es-
tando acima das leis. E esse discurso não é ocre porque o
bem, de que se trata aqui é, na verdade, um fim determina-
do, uma espécie de vantagem que deve ser aquela principal
e que contém em si, todas as outras, camuflada na oratória
sofista e dissimulada de que a maior vantagem possível é