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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Assim, para as estudantes jovens mulheres agricultoras da
EFASC a pedagogia da alternância operacionaliza pedago-
gicamente o diálogo e partilha entre os saberes populares
e empíricos das mulheres agricultoras (avós, mães e filhas)
e os saberes científicos, potencializando a articulação por
e com as experiências cotidianas das mulheres pelo devir
reflexão e ação, numa perspectiva dialética. Isto acontece
pela (1) reflexão e compressão destas mulheres sobre sua
realidade social, política e produtiva no contexto da agri-
cultura voltada para a fumicultura, (2) pela visibilidade das
experiências e saberes das mulheres agricultoras que estão
voltados para a prática dos cuidados e cultivos dos alimen-
tos para família e (3) pela perceptiva agroecológica como
resistência ao contexto agrícola fumicultor.
São possibilidades emancipatórias compreendidas
como conquistas políticas que se dão pela práxis humana
(MOREIRA, 2010). Ou seja, é a busca permanente pela hu-
manização que, segundo Freire, ocorre a partir da conscien-
tização. Uma conscientização na qual os sujeitos se apro-
priam “criticamente da posição que ocupam com os demais
no mundo. Esta apropriação crítica os impulsiona a assumir
o verdadeiro papel que lhes cabe como homens (
sic
). O de
serem sujeitos da transformação do mundo, com a qual se
humanizam” (FREIRE, 1982, p. 36).
Paulo Freire, no livro
Pedagogia da Esperança
, nos
traz através da sua experiência pessoal a demonstração de
quanto está enraizada nas nossas atitudes e relações a ideo-
logia machista expressa de forma muito naturalizada na lin-
guagem e que, invisibiliza a mulher de forma muito sutil e
ainda legitimada gramaticalmente. É após leituras de diver-
sas cartas de mulheres norte-americanas, escritas no iniciar
dos anos de 1970 e que estavam motivadas pelas leituras do
livro Pedagogia do Oprimido, que Freire se dá conta do uso
que faz de um vocabulário machista em seus livros. Estas
mulheres lhe acusavam de usar uma linguagem machista e
discriminatória, já que Freire usava a palavra homem (ou pa-
lavras no gênero masculino) na perspectiva de, desta forma,