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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Neste sentido, nos desafiamos a refletir a articulação
das mulheres agricultoras, da agroecologia e da educação
libertadora de Paulo Freire, na perspectiva da emancipação
humana, na Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul
– EFASC. Temos a compreensão de que a EFASC se apre-
senta numa concepção de escola regional no ano de 2009,
atendendo jovens filhos e filhas de agricultores e agriculto-
ras de diversos municípios da região do Vale do Rio Pardo,
com o intuito de refletir e agir a partir das necessidades de
uma região que se apresenta como a quarta maior produ-
tora de tabaco no Brasil, com predominância da agricultura
familiar praticada em pequenas propriedades, com base de
mão-de-obra familiar (COSTA, 2012). Desta forma a EFASC
operacionaliza sua oferta educativa no entrelace do ensino
médio e ensino profissionalizante técnico em agricultura,
tendo como campo de práxis a agroecologia, compreendi-
da enquanto ciência que busca a compreensão das relações
sociais tendo como ponto de origem as atividades agrícolas
sob a perspectiva ecológica a partir de um enfoque sistêmi-
co (ALTIERI, 2004; SEVILLA GUZMÁN, 2001).
As reflexões apresentadas nesta escrita são fruto de
uma pesquisa qualitativa em andamento, vinculada ao grupo
de pesquisa
Educação Popular e Pesquisa Ação-Participante:
processos emancipatórios e (des)colonialidade na América
Latina,
como também relacionadas com a experiência em-
pírica de atuação junto à Escola Família Agrícola de Santa
Cruz do Sul. Os caminhos metodológicos se constituem a
partir de diálogos, entrevistas, observações participantes e
análises documentais e de referências teóricos
2
,
2
A experiência da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul – EFASC,
apresenta, segundo o Banco de Teses e Dissertações da CAPES (http://
catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/), 6 (seis) pesquisas, no
período de 2009 a 2016 (SCHNEIDER, 2012, COSTA, 2012, VERGUTZ, 2013,
FERREIRA, 2014, POZZEBON, 2015 e CORRÊA, 2016). Outro aporte teóri-
co foi o acompanhamento da pesquisadora na inscrição e premiação da
EFASC junto ao concurso de relatos e experiências de mulheres rurais e
suas organizações “
Histórias de Mujeres Rurales em America Latina Y el
Caribe
”, promovido pelas Organização das Nações Unidas para a Alimen-
tação e a Agricultura (FAO), na qual a EFASC recebeu Menção Honrosa,
sendo a única organização brasileira a ser premiada.