XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
poderiam ter encaminhado materiais especiais e também
mudado a forma de avaliação e o outro em relação a outra
aluna Rubi, em que mencionou que aulas de apoio nas dis-
ciplinas em que a estudante tinha dificuldade poderiam ter
auxiliado.
A professora (A) falando em relação a uma das alunas
egressas, menciona que é complicado a pessoas ter uma
doença e tu não ter dinheiro para fazer a cirurgia, a mulher
entro em desespero. Eu acho que é a dificuldade da vida da
função de ser pobre. Não é fácil, são realidades da vida. E
acho que é um pouco de persistência também.
Trouxemos, dos estudos de Freire o argumento, frente
à educação progressista que se quer:
O dever, por exemplo, de, em nenhuma circunstân-
cia aceitar ou estimular posturas fatalistas. O dever
de recusar, por isso mesmo, afirmações como: “ É
uma pena que haja tanta gente com fome entre
nós, mas a realidade é assim mesmo”. “ O nosso
testemunho, pelo contrário, se somos progressis-
tas, se sonhamos com uma sociedade menos agres-
siva, menos injusta, menos violenta, mais humana,
deve ser o de quem, dizendo não a qualquer pos-
sibilidade em face dos fatos, defende a capacidade
do ser humano de avaliar, de comparar, de esco-
lher, de decidir e, finalmente, de intervir no mundo”.
(FREIRE, 2000, p. 28)
Dentre as situações que foram relatadas para justificar a
partida das estudantes negras da EJA, observo que ainda são
classificadas como comuns e, portanto, naturais. Nesse senti-
do, os assuntos relacionados à doença ou trabalho foram os
mais citados, seguido de situações que envolvam a família.
RESULTADOS ESPERADOS
Pensar estas mulheres nestas condições nos exige re-
conhecer que estas continuam na sobrecarga, não só pelos
afazeres domésticos, mas também pelo sustento de suas fa-
mílias, o que inviabiliza que muitas vezes tenham a condição
necessária de estar nas salas de aula.