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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
cadores sociais de raça e gênero transcendam as práticas
discriminatórias.
Segundo Hooks (2013, p.174)
A prática do diálogo é um dos meios mais sim-
ples com que nós, como professores, acadêmicos
e pensadores críticos, podemos começar a cruzar
as fronteiras, as barreiras que podem ser ou não
erguidas pela raça, pelo gênero, pela classe social,
pela reputação profissional e por um sem-número
de diferenças.
As ações que ocorreram nos programas e políticas
públicas quanto às questões de gênero e sexualidade vêm
desde 2011 despencando, já que não possuem espaço na
agenda das políticas educacionais, em favor do conservado-
rismo e da pressão política das bancadas religiosas.
Os dados de parte dessa realidade podem ser acessa-
dos no instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-
2010), pois estes nos permitem compreender que os dra-
mas das mulheres negras não são os mesmos das mulheres
brancas, já que a taxa de analfabetismo entre as mulheres
negras e pardas é quase duas vezes maior do que entre as
brancas com um índice de 5,8% de analfabetismo em detri-
mento aos 14% das mulheres negras.
Hooks ( 2013, p.187) se reporta aos professores dizendo:
Muitos querem agir como se a raça não importas-
se, como se estivéssemos aqui pelo puro interesse
mental, como se a história não importasse mesmo
que você tinha sido prejudicado, ou seus pais te-
nham sido imigrantes ou filhos de imigrantes que
trabalharam por quarenta anos e não tem nada.
Estas mulheres negras e estudantes precisam saber
contra o que resistem já que vivemos em um estado de de-
mocracia restrita em que direitos e normas não atingem o
coletivo, porém se ocupam em priorizar a diferença e a ex-
clusão, já que o tão sonhado estado democrático e igualitá-
rio também não é para mulheres negras, mas sim para eles
do poder. Quanto ao ensino ser uma forma de inserção no