XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:
RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
decorrer do trabalho, tendo como ponto de partida o con-
texto da escola Brasilino Patella. Freitas (2011) reflete sobre
o ensino nas escolas do meio rural enfatizando que:
Historicamente, o ensino escolar para o meio ru-
ral brasileiro não teve os sujeitos do campo como
protagonistas do processo educativo. A visão es-
tereotipada do atraso e, consequentemente, a ne-
cessidade de enquadrar o homem do campo em
um modelo de sociedade urbano-industrial sem-
pre impediram que se construíssem propostas de
educação focadas no sujeito, nas suas necessidades
educativas e nas suas realidades socioeconômica e
cultural. (p. 46)
Desta forma, é observada também a importância de
pesquisar refletindo e buscando novas alternativas de edu-
cação para o meio rural, desenvolvendo uma educação re-
flexiva e transformadora, constituída na capacidade de dia-
logar que, segundo Freire, é
“uma condição fundamental
para a real humanização
” (FREIRE, 1980, p. 156). As reflexões
realizadas no decorrer do trabalho foram importantes para
contribuir com a valorização do espaço local, analisando se
as bases da Educação Rural seriam um arcabouço teórico-
-metodológico adequado à realidade do meio pesquisado.
As observações dessas questões levaram a hipótese
de que os princípios da Educação de Campo e metodolo-
gia da Pedagogia do Oprimido e Pedagogia da Alternância
seriam adequados à realidade investigada. Sendo essa uma
possibilidade, foram articulados autores que fundamentam
essa perspectiva e também com as concepções da comuni-
dade escolar. Freire (1981) destaca que:
Subestimar a capacidade criadora e recriadora dos
camponeses, desprezar seus conhecimentos, não
importa o nível em que se achem tentar “enchê-
-los” com o que aos técnicos, lhes parece certo, são
expressões, em última análise, da ideologia domi-
nante. Não queremos, contudo, com isto dizer que
os camponeses devam permanecer no estado em
que se encontram com relação a seu enfrentamen-
to com o mundo natural e à sua posição em face