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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
do campo no tema de lutas e de trabalho de um número
maior de movimentos sociais e sindicatos dos trabalhadores
do campo. Cabe destacar a importância de uma educação
que vá além da escola formal, buscando mecanismos que
assegurem uma concepção não-hegemônica de organiza-
ção da sociedade, reconhecendo a pluralidade de sujeitos
existentes no campo com a garantia de seus direitos institu-
cionalizados na democracia e na sua inserção em lutas por
uma educação de qualidade. De acordo com Caldart (2004,
p.1), “temos direito ao conjunto de processos formativos já
constituídos pela humanidade; e que o direito à escola pú-
blica do campo, pela qual lutamos, compreende da educa-
ção infantil à Universidade”.
A proposta “Por Uma Educação do Campo” constitui-
-se em uma luta dos povos do campo por políticas públicas
que assegurem o seu direito à educação e a uma educação
que seja “no e do” campo, segundo Caldart (2004, pp. 149-
150 ): “No: o povo tem direito a ser educado onde vive; Do:
o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu
lugar e com a sua participação, vinculada a sua cultura e às
suas necessidades humanas e sociais”.
A LUTA DOS TRABALHADORES RURAIS E A
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Nos anos de 1960, no Brasil, Freire anuncia a inserção
de uma proposta que contemple as classes populares. A pos-
sibilidade de pensar a educação a partir das classes trabalha-
doras, sob o princípio de uma educação que liberta e con-
cebe a vida humana para além das desigualdades, por meio
de um processo dialógico, tornou-se referência para pensar
a educação popular. Esta proposta sobrevivera à repressão
sofrida pelo povo brasileiro no período da Ditadura Militar.
Esse movimento para uma educação que respondesse às ne-
cessidades das classes trabalhadoras, de reconhecer-se na
proposta educativa teve continuidade pelas mãos dos educa-
dores populares com a contribuição do setor progressista da
Igreja Católica, adepto da Teologia da Liberdade.